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Campinas apresenta primeiros resultados práticos do seu programa de Cidade Segura

Por Gustavo Zuccherato

Projeto-piloto utiliza tecnologia da Huawei e análise de dados da CPqD para oferecer vários serviços em favor da segurança pública e defesa civil municipal

Após nove meses desde a assinatura do memorando de entendimento, a Huawei, a CPqD e a Prefeitura de Campinas apresentaram na tarde desta quinta-feira (15) os primeiros resultados da sua parceria para transformar a o município mais populoso do interior do Brasil em um verdadeiro laboratório vivo para a construção de conceitos, tecnologias e soluções relacionadas à Safe Cities.

Mais do que a instalação de novas câmeras ou sistemas, o projeto tem o potencial de ser uma verdadeira reformulação no modelo de desenvolvimento de cidades inteligentes no Brasil. Combinando os esforços de todo o setor produtivo relacionado à inovação, tecnologia e segurança de uma cidade, a proposta traz a infraestrutura de rede e uma plataforma aberta para captação de dados e desenvolvimento de aplicações específicas para as diversas necessidades de um ambiente urbano.

Na prática, o evento demonstrou o uso real de uma solução que agrega hardware e software para oferecer inteligência para a operação da cidade, o Video Cloud Solution. Com o uso da plataforma Huawei VCM (Video Cloud Management), os executivos da companhia demonstraram capacidades de reconhecimento facial e de cores para localização de suspeitos ou pessoas desaparecidas, de detecção de intrusão para proteção de áreas críticas e identificação de possíveis áreas alagadas, além de comunicações estratégicas via rede eLTE e outras possibilidades que já estão em desenvolvimento.

Executivos da Huawei exemplificaram uso de reconhecimento facial para identificação de suspeitos e pessoas desaparecidas

Em sua essência, o objetivo do projeto-piloto, que faz parte do programa “Campinas Bem Segura”, é ampliar a capacidade de monitoramento por meio de câmeras e sistemas inteligentes. Atualmente, a cidade já conta com cerca de 500 câmeras, instaladas nas principais vias de acesso e saída e através de convênios com empresas públicas, privadas e associações, como é o caso do Projeto Capta, por exemplo.

Nesta nova iniciativa, a estrutura de Campinas recebeu cerca de 30 novas câmeras inteligentes, controladas e monitoradas através da Central Integrada de Monitoramento de Campinas (Cimcamp). “Escolhemos instalar a maior parte dessas câmeras no Centro de Campinas pensando, inclusive, no aumento de circulação de pessoas por conta das festividades de final de ano. Então vamos reforçar a segurança nessa região”, afirmou o prefeito de Campinas, Jonas Donizette. “Esse trabalho começou a ser feito há um ano atrás e contou com a participação da IMA – Informática de Municípios Associados, da Secretaria de Segurança Pública, da Secretaria de Desenvolvimento e da EMDEC – Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas, que trabalharam conjuntamente para que esse projeto pudesse ser implementado”.

O projeto-piloto conta também com o apoio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). O projeto visa a colaboração entre os parceiros na pesquisa e experimentação de soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) aplicadas à segurança pública. Ao CPqD cabe customizar o sistema oferecido pela empresa, em conjunto com a IMA – Informática de Municípios Associados. Esse processo é importante para a adaptação do sistema às necessidades de Campinas.

“Trata-se de um projeto de inovação destinado a customizar a solução a partir da integração com a plataforma aberta dojot, desenvolvida pelo CPqD, visando atender as necessidades específicas do município”, disse Maurício Casotti, gerente de desenvolvimento de negócios para cidades inteligentes do CPqD. “Com o dojot, a solução pode ser expandida para coletar, armazenar e disponibilizar dados de diversos dispositivos e sensores implantados na cidade, potencializando assim o ecossistema de inovação em cidades inteligentes de Campinas”.

Como um verdadeiro arsenal tecnológico, capaz de armazenar uma quantidade enorme de dados e interpretá-los de forma rápida, assertiva e customizada, a plataforma da Huawei aproveita as capacidades dos servidores Safe City V100R003 e do anel de fibra óptica dedicado às soluções de segurança de Campinas para criar uma nuvem privada no ambiente do município-cliente e oferecer módulos independentes que podem ser escolhidos de acordo com as necessidades específicas de cada ambiente urbano.

Rildo Santos, gerente de negócios governamentais da Huawei no Brasil, explica a arquitetura e os objetivos do projeto-piloto

“Todas as informações que estão no Huawei VCM são consumidos pelas soluções da cidade através de um barramento do dojot. Temos uma camada SDK, com a sua biblioteca de rotinas seguindo um padrão aberto, baseado em protocolo REST. Qualquer middleware que esteja acima desta camada e entenda esse padrão, pode ler e enxergar os dados em nossa plataforma”, explica Rildo Santos, gerente de soluções para governo da Huawei Brasil. “As APIs abertas ficam mandando informação para esse barramento e cada aplicação consome essa informação e dá uma tratativa específica a esse dado”.

Assim, as possibilidades são das mais diversas. Através de um desenvolvimento de aplicativo específico, por exemplo, é possível que os agentes de segurança na rua possam enviar e receber dados desse sistema em tempo real, como uma foto de um suspeito.

Para demonstrar essa capacidade, durante a coletiva, uma pessoa foi escolhida para representar um suspeito. Uma foto desta pessoa foi tirada com um radiocomunicador, subindo essa imagem para a plataforma em nuvem de forma automática. O indivíduo, então, foi até a frente da prefeitura municipal, onde há uma câmera instalada com capacidade de reconhecimento facial.

Assim que esse suspeito foi identificado, a equipe da Huawei abriu o módulo de radio-despacho, identificando o Guarda Municipal mais próximo, notificando-o e enviando a imagem captada para o radiocomunicador do guarda, que pôde identificar o suspeito e abordá-lo no mesmo instante.

Plataforma permitirá integrar câmeras, pluviômetros e mini-estações meteorológicas para monitorar e enviar alarmes automáticos em caso de alagamentos

Outra possibilidade que está em desenvolvimento pela equipe da CPqD é a integração em prol da Defesa Civil. Se há um ambiente com possibilidade de alagamento, é possível integrar câmeras com detecção de intrusão, pluviômetros e mini-estações meteorológicas para configurar ações em vista de enviar um alarme automático para a Defesa Civil para que o sistema específico deles acione um alarme sonoro na região.

“Hoje fizemos uma demontração do que fizemos até agora. Testamos a plataforma, a comunicação e o trabalho integrado e em conjunto entre todos os envolvidos, garantindo uma aplicação em um ambiente real de uma cidade”, ressaltou Santos. “Sabemos todas as implicações técnicas dessa abordagem, ajudando a prefeitura a planejar melhor seus recursos. Agora cabe aos envolvidos pensar nos casos de aplicação real e desenvolver soluções para resolver aquela questão”.

As soluções do Safe City V100R003 permitem que uma cidade acumule grandes quantidades de dados em vídeo e de outros sistemas IoT para analisá-los de forma rápida, em planejamentos de curto, médio e longo prazo. Padrões de tráfego, identificação de criminosos, agentes públicos equipados com comunicação de alta tecnologia, além de identificação e prevenção de ataques cibernéticos, são algumas das possibilidades que o Big Data, aliado a análise com Inteligência Artificial, podem realizar através da plataforma.

Entre os módulos da plataforma da Huawei, inclui-se:

  • Central de Comando Unificado: é o núcleo e o cérebro de uma cidade segura e geralmente o primeiro contato. Ela coleta todos os tipos de alarmes e alertas, verificando e tomando decisões apropriadas e pré-planejadas e pode despachar equipes de emergëncia adequadas para os sinistros.
  • Videovigilância inteligente: vigilância por vídeo em nuvem e análise inteligente em vídeo, com streaming de vídeo em HD em tempo real, armazenamento, reprodução, alertas em tempo real e análises de pós-incidentes para detecção de pistas.
  • Comunicação crítica: solução ramificada de banda larga eLTE usada em segurança pública. Permite que os agentes públicos tenham uma comunicação de alta qualidade, sendo verdadeiras unidades móveis de auxílio a Central de Comando Unificado, podendo enviar audios e videos.
  • Segurança em Rodovia Inteligente: inclui E-Police, o HD Checkpoint e Vigilância de Vídeo nas Estradas. Capaz de identificar diferentes infrações de trânsito, registrando veículos em tempo real.
  • Policiamento Big Data: utiliza análise forense digital, vigilância de mídia social e plataforma Big Data da Huawei usada em segurança pública, recuperação de desastres e backup de dados do Data Center, garantindo a operação ininterrupta.
  • NetConnect Agile: garante segurança em todas as conexões de rede em um projeto de Safe City, incluindo acesso à câmera de vídeo, rede entre cidades e rede de Data Center.
  • O&M unificado: fornece gerenciamento e manutenção de operação unificada de todos os elementos de rede em todo o projeto.
  • Cyber Segurança: cuida da segurança dos dados de ponta-a-ponta, câmera e outros controles de acesso ao terminal e gerenciamento de comportamento do operador, protegendo todo o projeto de Cidade Segura.

“A Huawei usa seus recursos para aprimorar a infraestrutura das cidades, tornando-as mais inteligentes. Os municípios que incentivam essa implementação largam na frente e desfrutam dos benefícios de uma estrutura inteligente e segura. Esse é um dos caminhos até mesmo para o crescimento econômico dos municípios. Afinal, uma cidade segura certamente atrai investimentos”, disse Juelinton Silveira, diretor de comunicação e relações com o governo da Huawei no BRasil.

Durante a coletiva, a presença de executivos globais da Huawei, como Victor Zhang, presidente mundial de relações com o Governo, e Zou Zhilei, presidente para a América Latina, além do Ministério das Ciências, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), na figura do secretário de políticas Thiago Camargo, mostraram a importância que tem se dado ao desenvolvimento deste projeto para todos os envolvidos.

Todo esse trabalho resultou no documento “Uma abordagem para construção de cidades seguras e inteligentes no Brasil”, que foi disponibilizado aos participantes da coletiva e deve ser disponibilizado para consulta e contribuições públicas no começo de 2019. O documento de 21 páginas elenca as tendências da indústria, um perfil e os desafios da segurança pública no Brasil, a visão e os objetivos esperados neste projeto, além dos princípios para a construção de cidades inteligentes e as tarefas para esse trabalho, separados em seis pontos prioritários.

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