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DS Entrevista: Carlos e Paulo Schwochow, diretores da Seventh

Por Gustavo Zuccherato

Conversamos com os irmãos Carlos e Paulo Schwochow, diretores da Seventh, sobre as estratégias, tecnologia e apostas para seguir crescendo a uma taxa de mais de 30% ao ano

Com a perspicácia necessária para desenvolver novas tecnologias e descobrir novos mercados desde a sua fundação em 2001, a Seventh sempre teve a inovação em seu DNA.

Idealizado como Trabalho de Conclusão de Curso pelos então estudantes de Ciências da Computação, Carlos Schwochow e Jean Holetz, e financiado pelo irmão mais velho, Paulo Schwochow, o protótipo de hardware e software que controlava algumas câmeras e automatizava luzes de maneira integrada evoluiu para o que hoje é a plataforma de escolha de algumas das maiores centrais de vídeo-monitoramento do país, o D-Guard – e não parou por aí.

Ano após ano, o aumento de dispositivos integrados, a criação de novas funcionalidades e outros softwares para atender as demandas de mercado junto a uma estratégia comercial sustentável permitiram que a empresa catarinense alcançasse taxas de crescimento constantes superiores a 30%.

Nesta entrevista, conversamos com os atuais diretores da Seventh, Carlos e Paulo Schwochow, sobre a história, a visão de mercado e os próximos passos da desenvolvedora para seguir inovando e conquistando cada vez mais espaço.

Digital Security: A Seventh é uma empresa que nasceu em 2001 fruto do trabalho de conclusão de curso do Carlos e que foi patrocinada pelo Paulo. Como surgiu e se desenvolveu essa ideia?

Carlos Schwochow: Sou formado em Ciências da Computação na Universidade Federal de Santa Catarina e no Trabalho de Conclusão de Curso eu e o nosso antigo sócio, o Jean, fizemos um projeto de software integrado a hardware que quase não existia naquela época. A ideia era monitorar algumas câmeras e realizar automação. Fizemos uma placa de captura e um sistema que fazia um switch com aquelas câmeras e conseguimos controlar alguma coisa de automação, como acender uma luz e ligar uma TV. Quando apresentamos esse projeto para a banca, chamamos algumas empresas de segurança e elas ficaram bem interessadas, então vimos que havia mercado na época. Eu lembro que, na época, até existiam alguns produtos, mas que não faziam o que a gente conseguia fazer. Percebemos que poderíamos fazer algo melhor e, a partir daí, começamos a bolar a empresa.

Paulo Schwochow: Eu também me formei em computação pela Universidade Federal em Santa Catarina e eles foram me apresentar o projeto para conseguir um investimento para tocar o projeto deles. Eu vi que o negócio tinha futuro e investi para começar a empresa. Em 28 de março de 2001 começamos a Seventh.

Carlos: Sempre gostamos de fazer algo inovador e diferente. Na época, vimos que no mercado até existiam algumas soluções que combinavam software e hardware, mas nada tão legal quanto um software que realmente conseguisse monitorar as câmeras, que fizesse automação ao mesmo tempo, permitindo ligar e desligar luzes e abrir porta, por exemplo. Enquanto nós já tínhamos algo nesse sentido desde aquela época.

Além disso, como era um ambiente acadêmico, os trabalhos de conclusão de curso normalmente eram coisas muito técnicas, trabalhando com base de dados ou coisas mais conceituais, e nós gostávamos de mexer com coisas práticas e que teriam mercado no futuro.

Apesar de sermos irmãos, não consideramos e nem tocamos a Seventh como uma empresa familiar. Toda a gestão é profissional, com líderes para cada área. Nosso organograma é extremamente horizontal e todos têm fácil acesso a qualquer área da empresa.

Digital Security: Quais os principais desafios e vantagens de se construir e trabalhar em uma empresa familiar?

Carlos: Na verdade, não somos uma empresa familiar. Apesar de eu e o Paulo sermos irmãos, não consideramos e nem tocamos a Seventh como uma empresa familiar. No início da Seventh, até tínhamos outros sócios e apesar de agora eu e o Paulo sermos os sócios majoritários, nós tocamos a empresa de maneira totalmente profissional.

Paulo: Na verdade, a Seventh se desenvolveu à partir de um projeto promissor. Nos unimos em torno de uma ideia e criamos uma empresa. Atualmente nós temos toda a gestão profissional com líderes em diversas áreas e cerca de 60 pessoas na empresa, então não há nada de familiar.

Carlos: Até temos uma regra na empresa de que não podemos contratar familiares nem amigos próximos a nós. Realmente, até gostaríamos de descaracterizar essa questão, não somos uma empresa familiar.

Digital Security: Como isso se reflete na relação de vocês com a equipe da empresa? Como vocês quebram essa possível imagem de uma empresa familiar, mesmo sendo irmãos?

Carlos: Todos aqui na Seventh se sentem parte do negócio e sabem muito bem da sua função. Nosso organograma é extremamente horizontal, então não existem muitos níveis de gerência e diretoria. São três ou quatro níveis, no máximo. Assim, todos têm fácil acesso a qualquer área da empresa. Estimulamos muito a troca de ideias entre os setores da Seventh.

As nossas portas estão sempre abertas para qualquer sugestão. Todos participam do levantamento de ideias e planejamento estratégico e por isso que conseguimos ser uma empresa extremamente inovadora, sempre a frente no mercado.

Paulo: Nós gostamos de ter sempre os melhores profissionais, então nós fazemos diversos testes e investimos tempo em nosso processo de contratação para não errarmos. Sempre tentamos contratar as melhores pessoas para formar o melhor time.

O investimento em inovação, em tecnologia e em pessoas é o triângulo que fez a Seventh crescer e ser a empresa que é hoje em dia.

Digital Security: Recentemente vocês anunciaram que, em cerca de 2 anos, cresceram a equipe em 60% e que o faturamento de 2018 foi 43% maior que 2017. Quais os planos de expansão da empresa?

Carlos: A gente vem desde 2011 crescendo em torno de 30%. Se pegarmos a média dos últimos 7 anos, vai dar algo em torno de 35 a 36% ao ano. Estamos crescendo muito em faturamento e em pessoas. Estamos hoje com quase 60 pessoas no nosso time, estamos muito bem estruturados.

O que sempre fazemos para conseguir esse crescimento e o que imaginamos para os próximos anos é o investimento em inovação, em tecnologia e em pessoas. É esse triângulo que fez a Seventh crescer e ser a empresa que é hoje em dia. Estamos sempre nos profissionalizando e expandindo, fidelizando e tratando muito bem os nossos clientes, parceiros e colaboradores para conseguirmos que todos trabalhem em equipe e atinjam o mercado de uma forma correta, sempre buscando um crescimento sustentável.

Paulo: Outro fator que prezamos muito aqui é ter o domínio da tecnologia. Tudo que vendemos, nós buscamos dominar. Esse também é um dos nossos segredos de crescimento.

Para 2019, queremos repetir essa mesma taxa de crescimento de, no mínimo, 40%.

Digital Security: Que tipo de profissional uma empresa como a Seventh busca no mercado?

Carlos: O tipo de profissional que buscamos é aquele profissional pró-ativo, inovador, auto-gerenciável e que não tenha medo de desenvolver coisas novas ou de pensar diferente. Inovar está em nosso DNA e nossos colaboradores têm que vestir a camisa da Seventh. A Seventh é como uma família, exigimos bastante para que o profissional entre aqui mas a partir do momento que ele entra, ele é muito bem acolhido.

Em termos de competência técnica, atualmente temos várias áreas dentro da empresa como suporte, desenvolvimento, implantação, RH, equipe comercial, etc. Na área de desenvolvimento, por exemplo, nós lidamos com vários tipos de linguagens, então depende do produto e do módulo. Atualmente, estamos com sete vagas abertas, sendo três da área de desenvolvimento, um para linguagem Web, outro para Delphi e outro para C#, mas isso depende muito do momento, da tecnologia, do mercado e produto que estamos trabalhando. O D-Cloud, nossa solução em nuvem, usa uma tecnologia totalmente diferente do D-Guard desktop, que é totalmente diferente do Situator, nosso sistema web. Sempre estamos buscando as tecnologias mais modernas para agregar mais funcionalidades para poder oferecer o melhor produto ao mercado. Todas as informações de vagas podem ser conferidas em nosso site, na aba Trabalhe Conosco. É até interessante citar que, em 2018, por termos batido nossa meta, todas as pessoas da nossa equipe receberam 14º salário, ou seja, eles sempre têm participação nos resultados.

Concorrência sempre vamos ter, mas como sempre estamos inovando, as empresas que vêm depois vão copiando e nos seguindo.

Digital Security: A Seventh se orgulha ao afirmar que fornece seu software VMS para 90% do mercado de centrais de monitoramento. O que a Seventh fez para conquistar números tão expressivos?

Carlos: Temos alguns dados que comprovam essa nossa liderança como software de videomonitoramento escolhido pelas principais centrais de monitoramento no Brasil. Temos mais de 1 milhão de câmeras monitoradas pelos nossos sistemas hoje e, desses, aproximadamente 600 mil câmeras são de empresas de monitoramento. As maiores empresas de monitoramento do Brasil utilizam o D-Guard, e isso foi fruto de um grande trabalho que a gente fez, sendo uma das primeiras empresas a entrar nesse mercado.

Na realidade, criamos um mercado novo em 2011, que foi o de Software-as-a-Service (SaaS), onde começamos a locar a licença das câmeras e ganhar uma recorrência em cima das contas monitoradas dessas empresas. Com isso, conseguimos a liderança no mercado.

Paulo: Hoje em dia temos algumas empresas que, sozinhas, têm mais de 40 mil câmeras conectadas no D-Guard. Há poucos sistemas no mundo que têm capacidade de monitorar essa quantidade de câmeras, com recursos que facilitam a operação, como integrações com sistemas de alarmes, eventos de queda de conexão, entre outros, em uma única plataforma.

Digital Security: Ao mesmo tempo, existem empresas da área de alarmes que estão adaptando os seus softwares para também integrarem as câmeras de vídeo em uma plataforma unificada. Como é lidar com essa nova concorrência?

Carlos: Concorrência nós temos e sempre vamos ter, mas como sempre estamos inovando, as empresas que vêm depois vão copiando e nos seguindo. Mas acredito que a concorrência é útil e boa porque nos estimula a desenvolver coisas novas para entregar melhores produto ao mercado.

Paulo: Os clientes só têm a ganhar. Sempre iremos colocar mais recursos e capacidades às nossas soluções para nos diferenciar da concorrência e oferecer um sistema cada vez melhor para os nossos clientes.

Carlos: Temos alguns exemplos. Há dois anos, lançamos a Chave Virtual em uma feira e, na feira de 2018, já haviam várias empresas com chave virtual, com a mesma proposta e às vezes até com o mesmo design de produto que fizemos. Na verdade, a gente se sente honrado e gosta que as empresas nos tomem como referência para o desenvolvimento de seus produtos, porque mostra que estamos realmente inovando. Depois disso, concorrência é concorrência, faz parte dos negócios.

Temos demandas tecnológicas tanto do mercado de centrais como de projetos. Na parte de centrais, as requisições normalmente são relacionadas a operação. Já os projetos solicitam mais funcionalidades, como analíticos mais avançados.

Digital Security: Quais as principais diferenças do mercado de centrais de monitoramento para o mercado de projetos, considerando que vocês têm uma versão do D-Guard e do Situator para cada um desses mercados?

Carlos: São dois mercados diferentes e tratamos eles de formas diferentes.

As soluções para o mercado de centrais de monitoramento são classificadas como D-Guard Center e Situator Center. Nossos softwares são utilizados nas centrais para prover o monitoramento dos clientes delas. Nesse caso, é um modelo de locação, onde eles nos pagam por conta, por local monitorado.

Já o modelo de projeto, identificado pelas soluções D-Guard Projects e Situator Projects, é o mercado mais tradicional, onde temos toda a cadeia de comercialização e são licenças permanentes, onde vendemos para o distribuidor e, este, revende e instala nos projetos.

Paulo: O D-Guard Center é utilizado para mostrar os alarmes e imagens dos clientes dessas centrais de monitoramento, enquanto o Situator Center tem sido bastante utilizado para a parte de portaria remota.

Digital Security: Quais as principais demandas tecnológicas desses mercados atualmente?

Carlos: Recebemos muitas requisições dos dois lados, tanto de centrais quanto de projetos. Às vezes são semelhantes e às vezes são bem diferenciadas.

Na parte de centrais, normalmente as requisições são em relação a operação. Temos que colocar inteligência para facilitar a vida do operador para que eles consigam atender mais rapidamente os clientes.

Já em relação a projetos, as solicitações são mais relacionadas a funcionalidades, como reconhecimento facial ou um analítico de vídeo mais avançado. Nosso LPR, por exemplo, agora já está reconhecendo placas do mundo inteiro, não somente do Brasil.

Digital Security: Vocês também têm comentado que estão querendo fortalecer a atuação na América Latina. Está ficando mais difícil competir no mercado brasileiro?

Carlos: Não. Muito pelo contrário. Como temos tido ótimos resultados no mercado brasileiro, já começamos um trabalho de expansão internacional há dois anos. Aqui na Seventh, sempre planejamos bem nossas estratégias, então já faz quatro anos que temos aulas de espanhol e inglês in company para capacitar nossos profissionais. Dois anos atrás começamos a vender nossos sistemas na América Latina, Europa e até na África mas, em 2019, vamos focar especificamente na América Latina.

Pela nossa experiência, sabemos que é um pouco diferente o tratamento com os clientes de outros países do que os clientes daqui do Brasil. Estamos fazendo todo um trabalho em relação a isso, para ter o atendimento no mesmo padrão de excelência que oferecemos aqui no Brasil também lá fora. Não é simplesmente vender o produto, é oferecer toda a experiência Seventh nesses países.

Paulo: Com esse crescimento que estamos registrando ao longo dos anos, conseguimos nos estruturar muito melhor para entrar, de verdade, na América Latina. Não só com comercial, na venda do produto, mas sim oferecendo principalmente o suporte que temos aqui nos países latino americanos, que é um dos grandes diferenciais da Seventh, seja com pessoas da própria Seventh ou com parceiros qualificados nos demais países.

Carlos: O primeiro país que vamos estabelecer um escritório regional será na Argentina e, dependendo do sucesso lá, nós vamos estabelecer bases no Paraguai, Uruguai, Colômbia, México e países adjacentes. Mas o foco, em um primeiro momento, serão os países mais próximos do Sul do Brasil para conseguirmos dar o atendimento que esse pessoal precisa e merece.

Digital Security: Quais são as principais dificuldades que vocês precisam superar nesse processo de internacionalização?

Carlos: A grande dificuldade é cultural. O tempo de fechamento de negócio é totalmente diferente, até porque nesses países a Seventh não é tão conhecida como no Brasil, então precisamos fazer todo um novo trabalho de marketing e de parcerias com empresas locais. Há toda uma estratégia de abertura de mercado.

Nossos softwares são de plataforma aberta, oferecemos nossas APIs para que qualquer sistema possa se integrar às nossas soluções. Integração é algo constante na Seventh, afinal estamos ganhando mercado em conjunto.

Digital Security: A Seventh atua no mercado com três principais soluções, o sistema PSIM Situator, o VMS D-Guard e a solução em nuvem, o D-Cloud. Vocês têm planos ou vêem a necessidade de lançar outros novos sistemas nos próximos anos?

Carlos: Sim, sempre estamos desenvolvendo soluções novas. Nesse momento, estamos com dois produtos em desenvolvimento, que ainda não podemos revelar por questões de estratégia de negócio, mas como nossa empresa tem o DNA de inovação, sempre temos equipes fazendo novos produtos e experimentos.

Nesse quesito, funcionamos como uma startup. O que o mercado pode ter certeza é que, todo ano, alguma inovação vai surgir da Seventh. Até por isso, temos seis premiações de melhor inovação para o mercado, com o Prêmio da Digital Security.

Paulo: Há muitas ideias que vêm do próprio mercado, que são captadas através da nossa equipe comercial, dos nossos colaboradores e também há muita coisa que captamos nas feiras de tecnologia, que conseguimos pensar sobre o quanto aquilo poderia fazer a diferença em nosso mercado. Nossa gestão de produto vai filtrando todas essas fontes de informações e vai colocando em nosso roadmap de acordo com o que acreditamos que será o futuro.

Digital Security: As plataformas da Seventh seguem o conceito de software aberto, integrando hardwares e se comunicando com sistemas de terceiros, até com soluções que não eram de segurança, como o sistema para gestão de condomínios SCOND. Há outras parcerias de integração em mente para outras verticais de mercado?

Carlos: Sim. Nossos softwares são de plataforma aberta, oferecemos nossas APIs para que qualquer sistema possa se integrar às nossas soluções. Inclusive, temos integração com diversas empresas concorrentes entre si: o D-Guard hoje é utilizado como software de gestão de vídeo por diversos sistemas de portaria remota, assim como o Situator pode ser integrado a outros sistemas de câmeras.

O SCOND é um caso de sucesso e, como ele, temos diversas parcerias interessantes na área de controle de acesso, na parte de monitoramento de alarmes, monitoramento de vídeo, etc. São várias soluções que se utilizam a nossa tecnologia para melhorar os seus produtos ou vice-versa. Integração é algo constante na Seventh, afinal estamos ganhando mercado em conjunto.

Nas feiras do setor, sempre estamos com parceiros que têm soluções integradas conosco. Sempre há integrações novas saindo, o mercado pode aguardar por novidades na Exposec, na ISC Brasil e na ISC de Las Vegas.

Digital Security: Que outras tecnologias ainda faltam para serem integradas na plataforma da Seventh?

Carlos: Estamos lançando uma integração muito interessante na área de reconhecimento facial, tanto no D-Guard quanto no Situator. Fizemos uma parceria com uma empresa de Seattle (EUA), a RealNetworks, que possui uma tecnologia excepcional no reconhecimento facial, o SAFR.

Fizemos um pré-lançamento no Seventh Tech Conference de 2018 e, além disso, estamos integrando outras tecnologias de inteligência artificial bem legais, como reconhecimento de placas e outros sistemas analíticos, além de melhorias na parte de atendimento no Situator, utilizando deep learning.

São soluções tanto de analíticos inteligentes, quanto de inteligência do próprio sistema para facilitar a vida do operador. Como os nossos sistemas são muito utilizados em centrais de monitoramento, procuramos sempre pensar em facilitar a operação, evitando que o operador precise dar muitos cliques para realizar uma determinada ação importante, por exemplo. Não só colocando inteligência de analíticos no software mas também pensando muito na análise para a decisão correta.

A Inteligência artificial é um processo que já está acontecendo. Aos poucos, a tecnologia vai ser aprimorada com mais players desenvolvendo, barateando os custos e facilitando a implantação em projetos de menor porte.

Digital Security: Como vocês enxergam o processo de aceitação e implantação de tecnologias de Inteligência Artificial no mercado de segurança atualmente? Em que momento vocês acham que a IA ganhará maturidade suficiente para deixar de ser tendência e virar um pré-requisito nos projetos de segurança?

Carlos: Enxergo como um processo que já está acontecendo, mas que vai crescendo aos poucos. Alguns projetos já estão começando a implantar, mas esse tipo de tecnologia vai gradualmente melhorando e sendo implementada em cada vez mais projetos. Como tudo que acontece na vida, não vai ser de uma hora para outra, mas tenho a impressão que, em algum momento, tudo terá algum tipo de analítico. Atualmente, o analítico é uma realidade em alguns projetos mais complexos. Eles exigem mais atenção na hora de configurar, mas aos poucos, a tecnologia vai ser aprimorada porque a tendência é ter mais players desenvolvendo, o que vai facilitar e levar essa tecnologia ao grande público.

Paulo: Com mais players, a tecnologia vai ficando mais barata e vai ficando mais fácil de colocar em empresas e projetos de menor porte.

Faz 10 anos que já se fala que o DVR vai acabar, mas ainda há muitos DVRs sendo vendidos.

É necessário um processo de mudança de mentalidade em relação à essa tecnologia de vídeo análise, como acontece com qualquer outra tendência tecnológica.

Digital Security: Como uma empresa de software consegue inovar sem ficar a mercê do que as fabricantes de hardware estão disponibilizando no mercado?

Carlos: O hardware, para nós, é uma ferramenta que adquire informações para serem analisadas pelo software. Somos integrados com mais de 8 mil dispositivos, incluindo câmeras, controle de acesso, módulos de automação que controlam relés e sensores, além de outros softwares. O software, na realidade, é a inteligência de tudo. Enquanto uma câmera ou um controle de acesso possui atuação limitada, os nossos softwares conseguem abrir o leque e fazer tudo isso se comunicar e ter muito mais informações para atuar sobre um conjunto muito grande de dispositivos. Esse é o grande segredo do nosso negócio.

Digital Security: Como a Seventh está se preparando para atender essa crescente demanda pela Internet das Coisas no mercado?

Carlos: Para nós, quanto mais dispositivos puderem ser integrados em nossos softwares, melhor. Assim, temos mais informações a disposição para definir melhor as operações e melhorar os dados que disponibilizamos para nossos clientes. Se o dispositivo tiver IP, nós conseguimos integrar.

Os profissionais não devem se intimidar pela tecnologia. Ela está aí para ajudá-los. É preciso estar atento ao mercado e se capacitar.

Digital Security: Quais recomendações vocês dariam aos profissionais de segurança, instaladores e integradores para estarem mais preparados para esse futuro?

Carlos: O principal é não se intimidar com a tecnologia. A tecnologia está aí para ajudá-los. Recomendamos sempre estar atento ao mercado, assistir vlogs, participar de cursos, etc. Inclusive, temos a Seventh Academy, criada em 2018, que é um centro de treinamento para qualificar profissionais em nossas soluções, permitindo que elas possam entender o que fazemos, como fazemos, qual o jeito certo de monitorar e todos os assuntos correlatos.

Paulo: Temos uma agenda aberta do Seventh Academy em nosso site e todos os profissionais de tecnologia que se interessem podem acessar e se inscrever em nossos cursos. Nestas oportunidades, esse profissional aprenderá além da instalação e operação dos nossos softwares, também a parte de configurações de hardwares. São cursos bem completos e as pessoas que fazem cursos conosco conseguem extrair mais resultados das nossas soluções.

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