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DS Entrevista: Henrique Fernandez, diretor da unidade de segurança da Intelbras

Por Gustavo Zuccherato

Nesta entrevista, o diretor fala sobre a estratégia com a linha Mibo e os novos planos da empresa para este ano.

A Intelbras consolidou-se no mercado de segurança ao longo dos anos através da pulverização em todo o território brasileiro de políticas comerciais acessíveis, ofertas de dispositivos e soluções de segurança, redes e comunicação integradas e treinamentos completos, estabelecendo uma rede de milhares de parceiros no país e no exterior. Nesta entrevista, o diretor da unidade de segurança Henrique Fernandez fala sobre os novos planos da empresa para este ano.

Digital Security: No final de 2017, um dos maiores lançamentos da marca foi a linha de câmeras Mibo, com foco no mercado de casas e escritórios inteligentes. Fale um pouco mais sobre essa nova linha de produtos.

Henrique Fernandez: O produto vai ao encontro das tendências mundiais da Internet das coisas, que deve movimentar US$ 7 bilhões até 2020 no Brasil.

O Mibo segue o conceito crescente da “casa inteligente”, residências equipadas com tecnologia que permite fácil conectividade, monitoramento e controle. Nossos produtos vão além da simples conectividade via um aplicativo de celular, e em breve irão permitir interconectividade com outros produtos Intelbras e produtos de outras marcas, como Google, Amazon e Philips. Com as interações entre diferentes produtos dentro das casas, buscamos deixar a vida das pessoas mais fácil e mais segura.

A Smart Home é uma grande tendência mundial e em alguns mercados, como os Estados Unidos, já se encontra amplamente difundido. A Intelbras enxergou uma grande oportunidade e está apostando em trazer esse tipo de produto para o alcance do brasileiro.

Com a nossa expertise e forte presença em todo território nacional, entregaremos produtos de qualidade, adaptados às preferências do consumidor brasileiro. O Mibo é uma nova linha de IoT com o objetivo de prover conectividade e acesso a produtos tecnológicos e inovadores a residências e pequenos negócios.

Digital Security: Há planos para expandir essa linha Mibo com outras soluções, como controle de acesso ou alarme de incêndio simplificado, por exemplo?

Henrique Fernandez: Sim, com certeza. A ideia é que, ao longo dos próximos anos, a Intelbras comercialize uma série de produtos de todas as linhas de negócios nesta tendência.

O Mibo é um produto de entrada, que vai despertar os consumidores para o uso cada vez maior de dispositivos de segurança, promovendo uma cultura de prevenção à violência. Na medida em que esses consumidores precisarem de projetos mais complexos, tornam-se potenciais clientes do canal corporativo

Digital Security: É possível oferecer estes tipos de soluções de segurança em uma abordagem “plug-and-play” para o consumidor-final leigo ou a figura do instalador/integrador ainda é essencial? Como ele poderia aproveitar essa linha para alavancar suas receitas, levando em consideração a venda direta ao consumidor através de grandes redes varejistas?

Henrique Fernandez: É possível seguir com esta abordagem no mercado, pois é uma tendência mundial. Mesmo assim, é muito vantajoso contar com a ajuda de um instalador ou integrador.

Na visão da Intelbras, a disponibilidade do produto de segurança no varejo vai ampliar a visibilidade da marca, impulsionando ainda mais o crescimento das vendas do segmento de segurança. O varejo funcionará como uma vitrine para a marca ser percebida no mercado.

O Mibo é um produto de entrada, que vai despertar os consumidores para o uso cada vez maior de dispositivos de segurança, promovendo uma cultura de prevenção à violência. Na medida em que esses consumidores precisarem de projetos mais complexos, tornam-se potenciais clientes do canal corporativo.

O instalador conta agora com um produto acessível para residências e pequenas empresas, e pode alavancar seus ganhos no volume de negócios atendidos, para um público que opta por não instalar produtos sem a orientação profissional.

Digital Security: Por que investir nessa vertical de atuação?

Henrique Fernandez: Segundo o IPS (Índice de Progresso Social) de 2014, o Brasil é considerado o 11º país mais inseguro do mundo. Cerca de 10% dos assassinatos, em nível mundial, acontecem no Brasil. Neste contexto, o país está na 75º posição no ranking global, com déficits importantes em segurança pessoal, ficando entre as dez últimas posições do ranking. Por essa razão, sabemos que a realidade do brasileiro é muito insegura.

Nosso propósito com esse lançamento é conscientizar o consumidor de que segurança é qualidade de vida e que estar conectado mantém nossa percepção de riscos iminentes, e assim evita-se que nos tornemos vítimas da violência. Trata-se de um produto de entrada, ou seja, a primeira aquisição em solução de segurança desse consumidor.

O Mibo tem foco nas residências e pequenos negócios, por isso, atenderá a famílias e profissionais que prezam por mais segurança nos ambientes que frequentam ou vivem. Além disso, no Brasil, existem mais de 17 milhões de domicílios alugados, e esses clientes muito dificilmente investiriam em um sistema de segurança profissional.

Digital Security: Na ocasião do lançamento da linha Mibo também foram apresentadas possíveis parcerias tecnológicas para levar inteligência às câmeras Mibo, principalmente com a plataforma IFTTT. O que essas integrações permitirão para o usuário-final?

Henrique Fernandez: Integrar plataformas é o futuro. E cada vez mais os produtos tendem a conectarem-se dentro das casas das pessoas. O usuário irá atingir uma experiência única com essas tecnologias, trazendo à tona aquela realidade que parecia distante: controlar sua casa por meio da voz, programar o sistema para acender as luzes de casa, ligar a cafeteira antes de você precisar apertar o botão (via Wi-Fi), controlar os portões de uma residência, entre outras diversas aplicabilidades. O conceito é interligar produtos de energia para que possam ser acionados de uma única vez.

Digital Security: Como está esse processo aqui no Brasil? Já há alguma previsão de disponibilidade dessas capacidades e como isso será ofertado ao consumidor-final?

Henrique Fernandez: Hoje já existem diversos fabricantes que lançam constantemente produtos com o conceito IoT. Como uma das poucas fabricantes brasileiras, temos a missão em adaptar essas tecnologias para o nosso mercado ao longo de 2018. Acessibilidade é uma característica muito importante para o mercado em que atuamos.

Digital Security: Quais tendências tecnológicas a Intelbras enxerga como as mais promissoras?

Henrique Fernandez: IoT é uma das principais tendências, assim como casas e escritórios conectados. Investir nessa vertente é um processo ainda longo, mas com um futuro bem promissor para o varejo brasileiro.

Além disso, as câmeras de segurança de resolução 4K são uma tendência no setor de segurança, que serão capazes de oferecer um panorama geral do ambiente em 360 graus com apenas uma imagem e em tempo real, tanto nas linhas IP quanto analógicas. Esses sistemas serão adequados para uso em ginásios, grandes eventos, estádios, estacionamentos, entre outros ambientes amplos.

Neste sentido, as tecnologias de alto nível de compressão de vídeo também são uma tendência por gerarem melhor aproveitamento de banda e armazenamento.

A análise inteligente de vídeo, por sua vez, é uma função muito útil que permite realizar comandos de detecção e remoção de objetos em uma determinada região monitorada e também reconhecer objetos retirados do ambiente ou acionar um alarme quando a região é alterada. Isso contribui exponencialmente para um monitoramento mais e ciente e prático.

Por fim, há os sistemas de hibridização na nuvem que facilitam a criação de softwares programadores e aplicativos para gerenciar as soluções da Intelbras com facilidade e praticidade.

Trabalhamos com CFTV, switches, telefones com fio, microcentrais telefônicas, terminais de apartamento e portarias, videoporteiros residenciais. Hoje, nossa estratégia se baseia em oferecer soluções integradas

Digital Security: Percentualmente, quanto a área de segurança eletrônica representa no faturamento anual da Intelbras? O IP tem crescido frente ao analógico?

Henrique Fernandez: A área de segurança cresce cerca de 49% ao ano na Intelbras. Sobre a demanda de produtos analógicos ou IP, ainda há uma grande parcela que opta pelas câmeras analógicas por questões de preço e infraestrutura, mas a tendência será a migração para a IP em um futuro muito próximo.

Digital Security: Quais são as verticais que a Intelbras tem forte atuação e como elas são trabalhadas para alcançar esses resultados?

Henrique Fernandez: Trabalhamos com um portfólio muito diverso de produtos. Além da liderança em CFTV, temos a liderança em switches, telefones com fio, microcentrais telefônicas, terminais de apartamento e portarias, videoporteiros residenciais. Hoje, nossa estratégia se baseia em oferecer soluções integradas.

Como somos uma fabricante brasileira com diversas soluções, quando um projeto é realizado com todos os nossos produtos, temos a missão em acompanhar o projeto com proximidade, indicar os profissionais corretos, além de garantir a assistência, durabilidade e qualidade das nossas soluções.

Digital Security: Como está estruturada a área de Pesquisa e Desenvolvimento da Intelbras?

Henrique Fernandez: Anualmente, a empresa produz mais de 10 milhões de itens e investe fortemente em pesquisa e desenvolvimento. Temos 20 laboratórios locais para desenvolvimento de

produto. Internamente, a Intelbras preza pela simplicidade com agilidade, tornando os processos e decisões mais rápidos e práticos. Investimos cerca de 6% do nosso faturamento com pesquisa e desenvolvimento.

Digital Security: Como os parceiros (distribuidores, integradores e instaladores) podem ajudar no desenvolvimento de novas tecnologias vindas das demandas mercadológicas?

Henrique Fernandez: No processo de desenvolvimento de produtos, sempre ouvimos o nosso cliente, em codesenvolvimento. Nossas equipes de engenharia também estão atentas e ouvem os instaladores e clientes finais. A área de design realiza uma pesquisa em profundidade com quem de fato irá utilizar os produtos.

O mercado e consumidor brasileiro têm especificidades em que somos especialistas, com a qualidade esperada por ele. Nossos produtos são feitos pensando na simplicidade de uso e em não serem retornados ou devolvidos por não atingirem a expectativa do cliente.

Digital Security: Quais benefícios o programa de canais da Intelbras oferece aos associados?

Henrique Fernandez: O programa de Canais da Intelbras tem uma política baseada em transparência, benefícios e compromissos e estamos sempre proporcionando atualizações e novidades para os participantes, para fortalecer cada vez mais a parceria desta cadeia.

Aos interessados em fazer parte do nosso quadro de parceiros, podem conferir em nosso site todo processo e regulamentação www.intelbras.com.br/programa-de-canais

Digital Security: Falando de treinamentos, como eles são ofertados aos interessados e quais novidades a Intelbras está programando para 2018 em relação à novos cursos ou estruturas?

Henrique Fernandez: Temos em todo o Brasil o iTEC, que é a área da empresa que qualifica profissionais para vendas e instalação dos produtos Intelbras por intermédio de treinamentos técnicos e comerciais do nível inicial ao avançado, e a UNI Intelbras, um curso de gestão de negócios para os parceiros. Só em 2017, o iTEC já formou mais de 90 mil profissionais, sendo 62 mil nos cursos presenciais e 30 mil pessoas por meio do ensino a distância.

No ano passado, certificamos instituições privadas de ensino para que elas também possam oferecer os treinamentos da Intelbras. Essas parcerias são muito importantes e necessárias para que possamos multiplicar o conhecimento para tantos profissionais dos segmentos que atuamos e em todo o país. Atualmente, trabalhamos com SENAI, Tecnoponta, Instituto SANTEC, Instituto Mix e Inatel. Além disso, temos uma parceria com o SENAI de Florianópolis para elaborar pesquisas nos laboratórios de produtos das nossas linhas residenciais e empresarial. As informações de conteúdos e datas dos cursos sempre estão disponíveis no portal https://treinamentos.intelbras.com.br

Digital Security: Como está a programação de eventos da Intelbras para este ano?

Henrique Fernandez: Os lançamentos Intelbras serão apresentados durante as principais feiras do segmento a partir de março na ISC Brasil e em maio na Exposec. Além disso, temos programado a nossa série de roadshows e eventos para disseminar nas cidades brasileiras o nosso portfólio completo de produtos.

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