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DS Entrevista: Pedro Duarte, vice-presidente de vendas para América Latina da Avigilon

Por Gustavo Zuccherato

Durante a ISC West, entrevistamos o recém-nomeado VP para entender as mudanças na companhia após a aquisição pela Motorola Solutions

Em 2018, o mercado de segurança viu uma das maiores aquisições dos últimos anos acontecer: a Motorola Solutions investiu US$ 1 bilhão na compra de todas as ações e ativos da Avigilon, empresa canadense referência mundial em analíticos com mais de 700 patentes da tecnologia de vídeo.

Pouco antes do anúncio da aquisição, a Avigilon já havia convidado Pedro Duarte para assumir a vice-presidência de vendas para América Latina com a meta de aumentar a penetração da companhia no mercado regional e fomentar o conhecimento de soluções complementares alternativas para videovigilância.

Com esse novo cenário em que a Motorola Solutions se desenha como uma provedora única e completa de todas as necessidades de segurança pública, a Avigilon ganha um papel essencial como a fornecedora das necessidades de videovigilância, sem perder a sua autonomia de operação.

Nesta entrevista, Pedro explica as mudanças que irão ocorrer daqui para frente e discute as mais novas tecnologias de segurança com vídeo-analítico.

Digital Security: Quais vantagens competitivas essa aquisição traz para as companhias?

Pedro Duarte: Eu gostaria de separar as coisas. A Avigilon sempre foi uma líder do ponto de vista de tecnologia para vídeo. Ao longo dos anos, a empresa mudou um pouco seu curso, focando-se mais na parte de inteligência artificial, controle de acesso e busca de movimentação não-usuais, ou seja, é o alto nível de tecnologia aplicada à segurança de vídeo.

Eles me convidaram para assumir a presidência da América Latina antes mesmo da aquisição pela Motorola Solutions, o que foi realmente bastante atrativo para mim, considerando o nível tecnológico da empresa.

A Avigilon é uma empresa canadense, relativamente nova, com 7 anos no mercado latino-americano, e a Motorola Solutions já tem uma penetração muito grande na área de comunicação para serviços de emergência, bombeiros, polícia e áreas afins. Ao meu ver, a companhia precisava realmente de uma complementação na área de vídeo, porque hoje tudo se resume também à parte de vídeo. Então acredito que essa foi uma junção de interesses muito boa.

A Motorola adquiriu 100% da Avigilon e, hoje, somos uma subsidiária 100% de propriedade da Motorola. Nosso objetivo é desenvolver novas oportunidades nesses segmentos de mercado, onde essa junção vai ser muito bem sucedida.

Digital Security: Em termos de política comercial no Brasil, muda alguma coisa?

Pedro Duarte: Somos duas empresas separadas. A Avigilon continuará sendo a Avigilon, ainda que seja propriedade da Motorola Solutions. A Motorola Solutions tem o seu campo de trabalho. Naturalmente, haverá uma sinergia muito maior desenvolvida pela Motorola e pela Avigilon.

A política comercial não muda. Nós continuamos com nossos diretores, com gerentes regionais de venda, com nossa engenharia, com nossos produtos. Simplesmente, o que amplia é o escopo de abrangência da Avigilon, entrando em mercados onde hoje a Motorola já é líder no mercado. A sinergia entre as equipes da empresa já está em andamento de forma a complementar a oferta de soluções de alta qualidade ao mercado.

Naturalmente, todas as oportunidades que a Motorola criar e expandir, vão beneficiar diretamente esses canais que estão trabalhando hoje com a Avigilon

Digital Security: Com essa nova organização, quais são as metas de crescimento e planos de novas contratações da Avigilon na América Latina?

Pedro Duarte: No ano passado a Avigilon cresceu 25% na América Latina. A previsão é de que crescermos mais que isso em 2018.

Contrataremos profissionais de acordo com a demanda. O perfil ideal é daquele profissional de venda com background técnico e engenheiros de suporte para detalhamento de projetos.

Digital Security: Como está a estrutura de distribuição e atuação da Avigilon no Brasil e na América Latina?

Pedro Duarte: Nós normalmente atuamos em duas frentes: com distribuidoras e integradores de grande porte. Nós nunca vamos direto ao usuário-final.

Os integradores de grande porte não necessitam se apoiar na distribuidora porque normalmente eles tem uma situação financeira e condições de importação que lhes permite andar sem se apoiar no distribuidor. Entretanto, existem vários integradores de pequeno porte que necessitam desse apoio do distribuidor e também precisamos atender esses projetos.

Digital Security: Quais vantagens os distribuidores e integradores que já atuam com soluções de uma ou outra marca terão ao também começarem a atuar com as soluções da outra?

Pedro Duarte: A princípio, a separação continua, mas acho que nossos canais vão se beneficiar a partir do momento que sejam abertas novas oportunidades que exigem empresas com uma boa experiência dentro da área de vídeo, de aplicação de recursos de inteligência artificial, de controle de acesso. Naturalmente, todas as oportunidades que a Motorola criar e expandir, vão beneficiar diretamente esses canais que estão trabalhando hoje com a Avigilon.

de um futuro bem breve, será possível definir uma pessoa que aparece em um vídeo gravado e buscá-lo em todos os metadados do sistema de monitoramento ao vivo, para encontrar onde ela está naquele momento. Com isso você consegue dar um poder de procura ao operador muito maior para torná-lo muito mais efetivo.

Digital Security: Quando pensamos em inteligência artificial, pensamos em uma grande quantidade de Big Data que exige grande processamento dos sistemas instalados. Hoje, esse processamento está mais presente on-premise ou estamos dependendo de virtual machines em nuvem para conseguir tratar toda essa quantidade de informação?

Pedro Duarte: É possível ter as duas opções. O cliente pode ter seu próprio sistema de processamento ou, no caso da Avigilon, lançamos nesse ano o Avigilon Blue, um serviço em nuvem onde é possível gerenciar vários sistemas de VMS espalhados.

Suponha, por exemplo, que você tenha uma rede de 10 fábricas. Cada fábrica dessa tem o seu sistema de VMS e tudo isso está interligado em uma nuvem que tem condições não só de monitorar e controlar isso, mas também de dar o diagnóstico de saúde de cada um dos componentes do sistema, de forma que no momento que uma câmera apaga, o gestor automaticamente seja alertado. São sistemas altamente inteligentes que dão condição de ter um sistema operacional 100% ativo, sem nenhuma perda e sem nenhuma falha.

O Avigilon Blue é suportado pela infraestrutura em nuvem Microsoft Azure que tem condições, através de uma modalidade de SaaS (Software-as-a-Service) oferecer aos integradores ou empresas interessadas o controle de vários sistemas de qualquer lugar do mundo em nuvem.

Hoje, a câmera é uma commodity. É possível colocar mais 10 ou 20 câmeras, gastando algo em torno de US$ 500. Mas, ao mesmo tempo, você estressa a qualidade de monitoração. Por isso, é cada vez mais necessário uma inteligência artificial.

Digital Security: Temos ouvido falar muito sobre inteligência artificial, deep learning e blockchain. Como você vê essas três tendências de tecnologia sendo aplicadas para a segurança eletrônica de fato, para além dos discursos das empresas?

Pedro Duarte: Eu creio que a tecnologia tem quer ser algo que ajuda o sistema de segurança a ser mais efetivo mas que, ao mesmo tempo, é algo está mudando muito rápido. O foco da Avigilon é realmente criar um balanço.

Hoje a câmera é uma commodity. É possível colocar mais 10 ou 20 câmeras, gastando algo em torno de US$ 500. A guerra de preços existente no mercado de câmera em si é tão grande que os preços estão caindo a cada dia. Isso é uma realidade. Desde que as câmeras sejam do padrão internacional ONVIF, é possível ter condições de aumentar o número de câmeras e integrá-los aos sistemas de gestão, mas ao mesmo tempo você começa a estressar a qualidade de monitoração. É humanamente impossível que um operador perceba toda a situação de segurança olhando para 150 câmeras. Já foi provado cientificamente que acima de 18 câmeras, os olhos do operador já vidraram e ele não consegue ver mais nada.

Por isso é cada vez mais necessário uma inteligência artificial que tomem esses vídeos e que, de uma maneira inteligente, indiquem ao operador quando há alguma coisa errada, ao mesmo tempo em que traz produtividade à ele. Os últimos avanços em tecnologia de busca avançada da Avigilon permitem realizar pesquisas de objetos e pessoas seguindo parâmetros como idade, cores de roupa, sexo, se está carregando um pacote, tipos e marcas de veículos, entre outros.

O operador consegue fazer uma busca e, em questão de três segundos, ter todas as possíveis combinações de acordo com as características definidas. Até mesmo, dentro de um futuro bem breve, será possível definir uma pessoa que aparece em um vídeo gravado e buscá-lo em todos os metadados do sistema de monitoramento ao vivo, para encontrar onde ela está naquele momento. Com isso você consegue dar um poder de procura ao operador muito maior para torná-lo muito mais efetivo.

Digital Security: Quando pensamos em inteligência artificial, pensamos em uma grande quantidade de Big Data que exige grande processamento dos sistemas instalados. Hoje, esse processamento está mais presente on-premise ou estamos dependendo de virtual machines em nuvem para conseguir tratar toda essa quantidade de informação?

Pedro Duarte: É possível ter as duas opções. O cliente pode ter seu próprio sistema de processamento ou, no caso da Avigilon, lançamos nesse ano o Avigilon Blue, um serviço em nuvem onde é possível gerenciar vários sistemas de VMS espalhados.

Suponha, por exemplo, que você tenha uma rede de 10 fábricas. Cada fábrica dessa tem o seu sistema de VMS e tudo isso está interligado em uma nuvem que tem condições não só de monitorar e controlar isso, mas também de dar o diagnóstico de saúde de cada um dos componentes do sistema, de forma que no momento que uma câmera apaga, o gestor automaticamente seja alertado. São sistemas altamente inteligentes que dão condição de ter um sistema operacional 100% ativo, sem nenhuma perda e sem nenhuma falha.

O Avigilon Blue é suportado pela infraestrutura em nuvem Microsoft Azure que tem condições, através de uma modalidade de SaaS (Software-as-a-Service) oferecer aos integradores ou empresas interessadas o controle de vários sistemas de qualquer lugar do mundo em nuvem.

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