Novo empreendimento em Florianópolis é o primeiro à receber o C•CURE BMS e um dos maiores cases da solução Laserway da Furukawa no Brasil
Espaços suntuosos, normalmente multifuncionais, e recheados de novos conceitos de design, arquitetura e tecnologias, os empreendimentos de alto padrão surgem todo ano em diversos lugares do país. Em 2017, foi a vez de Florianópolis, capital de Santa Catarina, ver a inauguração do SC401 Square Corporate, um complexo de três torres que surgiu para ser o maior centro empresarial em harmonia com a natureza da cidade.
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Sempre ressaltando características como qualidade, sofisticação, inovação e modernidade, espaços como esse se apoiam no uso de tecnologias para dar maior eficiência operacional aos seus residentes – e não seria diferente no SC401.
Com assistência da distribuidora Delta Cable e da integradora Smart Homes, o centro empresarial é um dos primeiros da América Latina à receber o software de gestão C•CURE Building Management System (BMS) da Software House e também se consolida como um dos maiores cases de infraestrutura em rede da Laserway Furukawa no Brasil, com mais de 40 km de fibra óptica, combinando tecnologias de CFTV, detecção e alarme de incêndio, controle de acesso, iluminação e automação predial em uma única plataforma centralizada.
Idealizado pela CFL, o projeto teve início em 2010, com a compra do terreno localizado na rodovia que dá nome ao empreendimento e que faz a conexão entre o centro de Florianópolis e o norte da ilha. Com mais de 154 mil metros quadrados, o espaço preservou 70% da sua área buscando o conceito de sustentabilidade e homenageia praias famosas da cidade no nome das três torres: Campeche, Jurerê e Lagoa.
Com opções de unidades que vão de 35 à 6.000 m² de áreas privadas para empresas de qualquer porte, o empreendimento reúne restaurantes e cafés, livrarias, academia, anfiteatros, salas de reuniões, bancos e diversas lojas em um único ambiente. Também conta com um estacionamento rotativo subterrâneo com mais de 1.000 vagas.
Luiz Rosa, Gerente Comercial Delta Cable, conta sobre a atuação da distribuidora desde o primeiro contato com o integrador e com o cliente final. “A Delta Cable é um distribuidor de valor agregado – a nossa equipe comercial está altamente focada em prospecção. Identificamos a obra, marcamos a reunião com o engenheiro e junto com a Smart Homes começamos a analisar o projeto”.
Como a idealização do empreendimento nasceu sete anos antes de sua implementação, muitos detalhes – principalmente tecnológicos – tiveram que ser atualizados e adaptados. “Esse projeto estava previsto com uma tecnologia que já estava ultrapassada. No momento em que nós chegamos, já tinha uma tecnologia mais avançada no mercado, inclusive com um custo benefício melhor. Então nós apresentamos a solução e evoluímos no projeto até a conclusão dele”, comenta Dalmir Seemann, Gerente de Produtos Delta Cable.
Além da modernização tecnológica em si, um grande desafio também foi poder concretizar um dos primeiros cases do C•CURE BMS da América Latina com sucesso. “Acredito que o maior desafio dessa obra na verdade foi pegar uma tecnologia nova, adquirir o conhecimento e colocar ele em prática com vários conceitos novos”, disse Guilherme Angeloni, engenheiro diretor da Smart Homes. “No fim das contas, conseguimos trabalhar com diversas disciplinas de forma integrada e o projeto foi entregue em plenitude”.
O C•CURE BMS da Software House, marca da Tyco Security Products (agora, Johnson Controls), é um sistema de gestão de edifícios que promove a automação de todos os sistemas instalados no prédio. Com ele é feito todo o controle em tempo real dos periféricos, tais como os sistemas de segurança, controle de acesso, detecção e combate à incêndios, elevadores e escadas rolantes, distribuição de energia elétrica e sistemas de conforto, como ar condicionado, iluminação, persianas e qualidade do ar. A comunicação com esses diversos sistemas pode se dar de diversas formas, utilizando BACnet, LonWorks, Modbus, OPC, SNMP, DALI, KNX, DNP3 e a maioria dos protocolos PLC.
O software é escalável, flexível, eficiente e tem potencial de reduzir custos e impacto ambiental de forma significativa, além de garantir a resolução de problemas e conformidades regulatórias sem complicações.
Com integração e visualização junto à mesma estação de monitoramento do sistema de gestão de segurança e eventos C•CURE 9000, a solução é capaz de filtrar, buscar e classificar alarmes de acordo com o estado atual, nível do alarme e outros atributos personalizáveis, permitindo estabelecer procedimentos e tarefas para casos específicos.
“Se as portas do estacionamento, por exemplo, estão programadas para fecharem automaticamente às 23h, o sistema tem capacidade de realizar uma busca no controle de acesso e identificar se ainda há alguém dentro do local”, relata Angeloni. “Em caso de resposta positiva, podem ser iniciados procedimentos que vão desde um pop up das câmeras do ambiente na tela do operador até uma atuação mais direta, com disparo de mensagens de áudio através do sistema de sonorização”.
Dado essa capacidade de gestão inteligente e integrada, todo o sistema de monitoramento instalado no SC401 atualmente exige apenas uma única pessoa para sua operação, com a possibilidade de acesso remoto liberado, seja através de um browser web ou dispositivo móvel.
Falando efetivamente em equipamentos implantados para CFTV, atualmente o empreendimento conta com mais de 160 câmeras de 2 MP da Hikvision, sendo 137 do modelo mini dome DS-2CD2520F e o restante mini bullet DS-2CD2020F, conectadas à três servidores série A, modelo IP04-20T-R4A, da ExacqVision com capacidade de 20 TB de armazenamento cada e onde também está instalado o software VMS da marca. Para o endereçamento dos sinais são implementados switches de rede da Edge-Core, sendo seis do modelo ECS2100 e mais um SMC8024L2.
Na parte de controle de acesso, o SC401 conta com 18 catracas e 6 torniquetes da Digicon, dos modelos Catrax Plus, Catrax Clip e TX 1500, além de mais de 90 leitores de cartões Mifare iClass R10 SE da HID Global conectados aos controladores iStar Edge.
Para finalizar, o sistema de detecção e alarme de incêndio é todo baseado em Simplex, com mais de 60 detectores óticos de fumaça e mais de 140 sinalizadores audiovisuais para situações de emergência.
“A grande inovação desse prédio é que nós conseguimos integrar todas as disciplinas não só na mídia, através da fibra óptica, mas também na parte do software. Então temos uma plataforma de segurança que trabalha integrando incêndio, controle de acesso, câmeras, automação, tudo em cima da mesma plataforma da Tyco. Com isso podemos dizer que foi um prédio totalmente integrado e inteligente”, pontua Angeloni.
Infraestrutura de rede de última geração
De acordo com Leandro Canello, consultor de vendas da Delta Cable envolvido no projeto, a infraestrutura de rede implementada é pensada para a sustentabilidade do SC401. “Pegamos um projeto com uma tecnologia de cabeamento metálico e modulamos isso para a tecnologia Laserway da Furukawa – que ocupa menos espaço físico dentro do empreendimento e, consequentemente, utiliza menos cabo”.
A solução Laserway baseia-se na tecnologia GPON, utilizando uma rede óptica totalmente passiva. A transmissão de dados ocorre entre um equipamento OLT (Optical Line Terminal), localizado em uma central técnica, e os equipamentos ONT (Optical Network Transmission) nos pontos de conexão. As ONTs fornecem conectividade a partir de patch cords de cobre a quaisquer dispositivos finais, tais como computadores, telefones analógicos ou IP, access points, impressoras, câmeras de vigilância IP, sistemas de automação, controle de acesso, entre outros.
Entre a OLT e as ONTs está a rede de distribuição óptica chamada de ODN (Optical Distribution Network). Nesta rede estão presentes as fibras ópticas do tipo monomodo e os splitters ópticos, que nada mais são do que divisores de sinais ópticos que dão múltiplas saídas para a entrega dos dados nos diversos dispositivos finais conectados às ONTs.
“Cada fibra óptica pode ser dividida para atender até 64 ONTs, com 4 portas RJ45 cada, totalizando 256 entradas com um único cabo de dados”, explica Seeman. “Neste projeto, atualmente temos uma fibra para um máximo de 32 ONTs, dando margem para uma expansão futura”.
Por serem elementos passivos, os splitters não requerem alimentação por energia elétrica e nem refrigeração, o que diminui a necessidade de salas técnicas, com nobreaks e ar condicionado dedicados – comuns em aplicações de cabeamento metálico. “Com essa tecnologia, conseguimos diminuir o consumo de energia do empreendimento em até 80%”, afirma Canello.
De acordo com os profissionais da Delta Cable, a tecnologia apresenta diversas outras vantagens essenciais para quem busca uma relação custo benefício em seu negócio. Segundo os levantamentos realizados pela companhia junto à fabricante, a solução Laserway pode reduzir em 69% a utilização de cabos, com vida útil do canal no mínimo cinco vezes maior do que o cabeamento metálico. Além disso, tem potencial de chegar a 87% menos consumo de plástico e 70% menos consumo de energia, ocupar 33% menos o rack, 89% menos metros quadrados de sala técnica e 95% menos portas de ativos.
Com isso, a solução Laserway trouxe ao SC401 Square Corporate uma redução significativa de CapEx ao oferecer uma infraestrutura mais simples em todas as áreas do cabeamento, além de uma redução significativa de OpEx, oferecendo menor consumo de energia, menor custo de operação e de manutenção.
Ao todo, o empreendimento possui 40 km de fibra óptica Laserway instaladas, resultando em um dos maiores projetos da tecnologia da Furukawa no Brasil.
Preparada para o futuro
Com um projeto de grande porte e demorado como esse – afinal, foram sete anos desde a concepção do empreendimento -, a distribuidora Delta Cable teve que ir um pouco além em sua prestação de serviço para se diferenciar. “Nesse único empreendimento a Delta Cable pode utilizar 80% de seu portfólio. Uma coisa interessante de pontuar, é que parte dos equipamentos que nós vendemos nesse empreendimento nem estava em nosso portfólio. Nós fomos buscar a solução para atender em 100% a necessidade da demanda do projeto” disse o gerente de produto da companhia.
Mesmo com alguns desafios, a implementação dos equipamentos foi considerada um sucesso, tanto pelas empresas quanto pelo cliente-final. A Delta Cable e Smart Homes trabalharam em conjunto e com auxilio das fabricantes a cada demanda apresentada pela CFL. “Com a implantação agora concluída, adquirimos bastante know how para aplicar em outros empreendimentos. É bastante satisfatório ver o projeto final e o cliente satisfeito. Fazer uma coisa tão inovadora, que não tínhamos nem base para fazer cópia de nada, tivemos que realmente aprender e fazer do zero muitas das coisas que foram implantadas aqui, então dá satisfação ver um trabalho inovador pronto”, destaca o diretor da Smart Homes.
Para Dalmir Seemann, a distribuidora reforçou ainda mais seu comprometimento e alcançou maior amadurecimento de equipe ao assumir um projeto de tamanhas proporções. “Com este desafio conseguimos colocar em prática toda a teoria em relação a um projeto 100% integrado, embora já tivéssemos estes subsistemas instalados em empreendimentos isolados. Sem dúvidas a equipe está pronta para desenvolver com tranquilidade projetos ainda maiores e de completa integração para todas as demandas”.