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CASE STUDY Um ano de City Câmera: a evolução, tecnologias e resultados do programa

Por Gustavo Zuccherato

Iniciativa da Prefeitura de São Paulo mudou a forma como o setor público, privado e sociedade civil se relacionam na luta contra o crime

A partir da manhã ensolarada do dia 23 de março de 2017, o mundo conheceria uma nova proposta de uso da tecnologia a favor da segurança pública. Em uma coletiva de imprensa, no qual a Digital Security esteve presente, nascia o programa City Câmera. Um ano depois, trazemos um Case Study Especial sobre o desenvolvimento desta iniciativa da prefeitura de São Paulo que quer aproveitar a infraestrutura de segurança privada para integrar 10 mil câmeras a uma plataforma de monitoramento em nuvem pública até 2020.

Com um ano de projeto, já são mais de 2 mil câmeras instaladas pela capital paulista

Partindo da premissa de que “a segurança pública é dever do Estado, direito e responsabilidade de todos”, escrito no artigo 144 da Constituição Federal, o City Câmera foi bem recebido pelo mercado e pelo público-consumidor. Com a participação, contribuição e parceria de empresas e sociedade civil, o projeto conta atualmente com quase 2 mil câmeras instaladas pela capital paulista, sendo 1438 delas já disponíveis para acesso na plataforma em nuvem pelas corporações policiais e órgãos de segurança e 66 públicas, com acesso liberado para qualquer pessoa.

Além disso, o projeto resultou no surgimento de ofertas semelhantes por todo o Brasil e fomentou a prestação de serviços para implantação da tecnologia que, certamente, ajudou e continuará a ajudar na retomada do crescimento da indústria em nível nacional. Para 2018, a ABESE (Associação Brasileira de Empresas de Sistemas Eletrônicos de Segurança) projeta 8% de crescimento do mercado, 2% a mais do que o ano passado, impulsionado pelo videomonitoramento e as portarias remotas.

Cel José Roberto Rodrigues de Oliveira, secretário municipal de segurança urbana de São Paulo: “Minha missão é criar dificuldade para a prática do crime e as câmeras são mais um processo de criar essas dificuldades” (Foto: Flávio Bonanome/Revista Digital Security)

Comandando o City Câmera desde sua fundação está o Cel José Roberto Rodrigues de Oliveira, secretário municipal de segurança urbana de São Paulo. “Queremos que as pessoas se empoderem, desenvolvam sua cidadania e participem entendendo o princípio da Constituição Federal de que, juntos, podemos fazer mais pela segurança”, ressalta. “Anteriormente, tínhamos 75 câmeras na cidade e eram gastos R$ 320 mil por mês com elas. São quase R$ 4 milhões por ano, um valor que poderia ser investido em outras áreas como, por exemplo, na compra de 75 viaturas para a Guarda Civil”.

Segundo o secretário, não há modelo similar de compartilhamento público-privado em nenhum outro lugar do mundo. “Temos uma estimativa de que a cidade de São Paulo possui quase 1 milhão de câmeras, se trouxermos 200 mil para o City Câmera, seremos uma das cidades mais vigiadas do mundo”.

Oportunidade de negócios

Completando seu primeiro aniversário, o City Câmera abriu uma oportunidade de faturamento recorrente para diversas empresas que atuam instalando e conectando as câmeras em nuvem.

Nas exigências técnicas mínimas do programa estão câmeras de 1 MP (720p) que façam transmissão à 12 fps e possuam o protocolo de comunicação RTSP. Além disso, é necessário contratar uma plataforma com um período mínimo de 7 dias de gravação de imagens em nuvem.

“Nosso grande sonho é que o City Câmera seja um produto de prateleira para que operadoras de telefonia, televisão à cabo e internet possam também oferecer a instalação de câmeras como um produto e, assim, possamos ter mais delas pela cidade”, destaca o secretário municipal.

Uma dessas empresas que aproveitam essa oportunidade é a SegD’Boa, do consultor de tecnologia Roberto Rocha. Pioneira em atuar com o conceito de colaboração social da iniciativa privada com o poder público, a empresa iniciou há quatro anos um projeto de monitoramento de ruas da Vila Madalena durante o período de Carnaval (em 2017, o case foi capa da edição 66 da Digital Security) e, agora, tem atuado ao longo de todo o ano com a oferta do City Câmera e outros projetos de segurança.

“A conexão é tecnicamente complexa, mas bastante simples de se fazer. A câmera, instalada na área externa da residência ou do comércio, é conectada em um modem – ou em um DVR se for analógica e depois no modem da internet. Dali, o fluxo de vídeo é direcionado para a ‘nuvem’, um data center distribuído que funciona como o servidor com o software de gestão e as licenças de câmeras. A partir de lá, então, é feito o direcionamento das imagens para a plataforma City Câmera”, explica o consultor. “No site do programa, há diversas empresas credenciadas que fazem essa conexão de forma que o usuário não precisa se preocupar com a tecnologia por trás disso, apenas em ceder a energia, internet e o acesso à imagem da câmera”.

Ponte Estaiada Octávio Frias de Oliveira recebeu o monitoramento de câmeras após denúncias de roubos em congestionamentos

Atuando mais como uma empresa gestora, a SegD’Boa certifica profissionais para fazer a instalação e manutenção das câmeras, enquanto fica responsável por administrar os contratos, o desenvolvimento dos projetos e a implantação. Entre seus parceiros de negócio, Roberto Rocha faz questão de ressaltar a Dahua, a Digifort, a distribuidora Alphadigi e a Aivision, serviço de gravação que utiliza data centers da Equinix. “Como consultor de segurança, não posso dizer que as outras marcas credenciadas não funcionem, mas estas são as que garantem a qualidade e a confiabilidade para o trabalho que realizo”, destaca.

“Os moradores estão ávidos por colocar as imagens das suas câmeras à disposição do governo. O integrador, parceiro de TI, precisa perder o medo de que vai perder o seu cliente para a SegD’Boa. Nossa empresa não atua da porta para dentro: é o instalador quem tem a relação direta com o morador. Quem vai oferecer a qualidade de serviço e ter a oportunidade de expandir sua cartela de clientes com projetos de Vizinhança Solidária são os integradores certificados”.

Compartilhar para fortalecer

Em evolução constante, o City Câmera alcança seus números através da consolidação de doações e parcerias. Neste processo, empresas como Dahua, Hikvision e Tecvoz doaram milhares de câmeras à prefeitura. A Camerite, por sua vez, foi a responsável por doar a plataforma que permite o acesso às imagens pelo site do projeto, além de 1000 “slots” de câmeras na nuvem. “Não existe nenhuma contrapartida do poder público, a não ser a divulgação natural que acontece para as marcas por conta da exposição do programa”, defende o secretário.

“Essas câmeras doadas estão sendo instaladas aos poucos e farão parte de um projeto em parceria com a Secretaria de Prefeituras Regionais no qual distribuiremos, a princípio, 20 câmeras por distrito da cidade. Assim, o prefeito regional, em comum acordo com a comunidade, procurará instalar as câmeras em locais estratégicos e formar parcerias para financiar sua instalação e manutenção”, conta.

Sempre com o objetivo de diminuir os custos para o poder público, a Secretaria de Segurança Urbana tem buscado contribuições de associações empresariais. Em julho, quando o site do City Câmera foi efetivamente lançado, foram instaladas 249 câmeras na região do Brás, bairro conhecido por ser um dos maiores centros comerciais do Brasil.

“Nossa primeira Prova de Conceito (POC) no Brás contou com a parceria da Telefônica e da FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) para instalar as câmeras e da FEVABRÁS (Federação dos Varejistas e Atacadistas do Brás) para o pagamento dos custos como manutenção e a plataforma de gravação em nuvem”, explica o Cel José Roberto.

Além da FEBRABAN, que tem trabalhado para conectar as câmeras em vias públicas das agências bancárias da capital ao City Câmera, o secretário cita também parcerias em desenvolvimento com a ABRASCE (Associação Brasileira de Shoppings Centers), o SindResBar-SP (Sindicato de Bares e Restaurantes e Similares) e a APAS (Associação Paulista de Supermercados).

Questionado sobre como levar o programa City Câmera para regiões que tem dificuldades financeiras ou de conectividade, Cel José Roberto explica que está sendo contratada uma empresa que fará a instalação e desinstalação de câmeras em regiões específicas, além de 400 chips de telefonia para oferecer a conexão móvel para até 800 câmeras. “Quando uma área se tornar de interesse para segurança pública ou defesa civil, nós podemos levar certa quantidade de câmeras e instalar, necessitando apenas da energia local. Assim que o problema é resolvido, podemos retirar e direcionar para outro local”.

Cidadão presente

Por outro lado, a sociedade civil também tem se organizado para implementar câmeras em locais de interesse das comunidades. A SAAP (Associação dos Amigos de Alto dos Pinheiros) é o exemplo mais claro e consolidado dessa iniciativa.

“Segurança é uma das principais preocupações dos moradores do bairro. Há aproximadamente dois anos, começamos a explorar o que poderíamos fazer para contribuir com a segurança pública sendo uma associação de moradores”, relata Marcia Kalvon Woods, vice-presidente da SAAP. “Por isso, conduzimos uma série de reuniões trazendo informações sobre percepção de segurança e dados oficiais do InfoCrim em parceria com a Polícia Militar para discutir e conhecer as possibilidades que estavam disponíveis no mercado”.

A Praça Coronel Custódio Fernandes Pinheiros, conhecida como Praça do Por do Sol, recebeu câmeras que realizam leitura de placas automáticas da SAAP (Foto: Gustavo Zuccherato/Revista Digital Security)

Assim, a SAAP entendeu que poderia comprar e disponibilizar câmeras para o City Câmera, além de estabelecer uma parceria inédita com o Detecta, do governo do Estado. “Tivemos que achar equipamentos que fossem compatíveis com nossa capacidade de investimento e a SegD’Boa realizou parcerias com empresas de tecnologia para formatar uma solução que coubesse no bolso de uma associação”, diz Marcia. “A princípio, conseguimos um pacote de 10 câmeras ao preço de R$3500 cada uma mas, com a doação de 80 moradores, já instalamos 15 em pontos estratégicos selecionados pela Polícia Militar, como ruas com maior trânsito e possíveis rotas de fuga. Além disso, temos um custo mensal de manutenção e seguro que gira em torno de R$ 122 por câmera – valor que podemos pagar com as doações recorrentes que os moradores fazem para a associação”.

De acordo com a vice-presidente, o ineditismo do uso de câmeras com leitura de placa da sociedade civil dentro da plataforma Detecta exigiu um trabalho burocrático intenso. “A formalização do convênio com a Secretaria de Segurança Pública do Estado demorou aproximadamente seis meses, por conta da necessidade de reuniões com assistência da SSP, envio de todos os documentos da associação para que pudessem certificar que éramos uma organização idônea, a visita de um fiscal, além do desenvolvimento do instrumento legal que permitiu esse convênio”.

As exigências para integração no Detecta são maiores do que o City Câmera, justamente pela necessidade de leitura de placa precisa e ininterrupta. Por isso, Roberto Rocha utilizou câmeras de 3 MP da Dahua ao invés de 1 MP exigido pelo programa da prefeitura, além de optar por uma conexão cabeada à rede. Neste caso, a plataforma em nuvem ainda precisa gravar as informações por, no mínimo, 30 dias.

De qualquer forma, outras câmeras que não oferecem leitura de placa mas que já estão integradas ao City Câmera também podem ser acessadas pela plataforma do Detecta. “Quando houver uma necessidade em uma área onde está acontecendo um delito, os policiais podem ver todas as câmeras que estão naquela região para poder ter mais conhecimento sobre a situação e agir com mais assertividade”, destaca o Cel José Roberto.

Bastidores da infraestrutura

Se há uma facilidade de acesso e uso da plataforma, isso se deve à Camerite, startup brasileira que viu no City Câmera uma oportunidade de crescimento – e acertou em cheio. A empresa divulga que em 2017 cresceu 2000% e está com a meta de dobrar a sua equipe nesse ano, já com planos de expansão para América Latina e testes de validação na Europa.

“O principal recurso que a Camerite oferece ao City Câmera é a escalabilidade”, destaca Cristian Aquino, CEO da companhia. “Em soluções tradicionais, você tem câmeras, conectadas por fibra óptica de ponto a ponto com um servidor com uma determinada configuração, e não há muito como escalar isso a não ser com mais investimento, se tornando um legado que exige manutenção. Toda a nossa infraestrutura está nos maiores provedores de nuvem do mundo e utilizamos padrões de desenvolvimento para que, se amanhã entrarem 10 mil ou 100 mil câmeras na plataforma, tudo seja automatizado e não tenhamos que fazer absolutamente nada”.

A plataforma é acessada por toda a corporação policial e órgãos de segurança, além dos usuários-finais que disponibilizam suas câmeras e compartilham com sua comunidade. Com ela, é possível visualizar as imagens em tempo real em um mapa interativo, além de recuperar os vídeos gravados com auxílio de uma linha do tempo, estabelecer mosaicos e rondas para visualização das câmeras, além de uma série de recursos específicos para investigações policiais.

“Desenvolvemos uma série de funcionalidades pedidas por todo o corpo envolvido no projeto City Câmera, incluindo a Secretaria de Segurança Urbana e os policiais militares e civis”, conta Aquino. “Posso citar, por exemplo, toda a parte de logs de acesso porque os órgãos públicos precisam saber quem entrou, por quanto tempo e para o que ficou utilizando a plataforma. Além disso, há recursos de inteligência artificial e análise de vídeo, como detecção de movimento em áreas específicas de São Paulo onde há problema de pichação e leitura de placas em nuvem – que está em fase de testes”.

O mapa específico para investigações também seguiu a mesma lógica. “Fizemos um estudo de UX (User Experience) sobre quais caminhos eram tomados no processo de investigação para identificar e acelerar os processos de acompanhamento e resolução de crimes”, relata o CEO da Camerite.

O secretário municipal de segurança urbana reconhece as vantagens trazidas por essa abordagem. “Anteriormente, a equipe tinha que sair para a rua, tentar achar uma câmera que estivesse visualizando o local e, se tivesse sorte, ela estaria gravando, e se tiver mais sorte ainda, aquelas imagens poderiam ser baixadas. Agora, o policial, da sua própria mesa de trabalho, consegue visualizar as câmeras no mapa, acessar as imagens e baixar trechos específicos para usar como evidência”.

Atualmente, a Camerite trabalha com nuvem da Amazon, mas já está em negociação com a Microsoft e Google, outros grandes fornecedores de infraestrutura em nuvem. O sistema já aceita qualquer dispositivo que oferece o protocolo de comunicação RTSP H.264, mas também pode trabalhar com protocolos específicos desenvolvidos em parceria com players de mercado.

“Todo vídeo que chega em nossa unidade de processamento é replicado em quatro continentes para garantir 9 dígitos de durabilidade do arquivo”, ressalta Aquino. “Nós escalamos núcleos de processamento, memória e capacidade de armazenamento em discos sólidos SSD no serviço da Amazon e isso está distribuído por vários servidores com configurações diferentes na infraestrutura deles”, explica.

Resultados

Com um ano de projeto, esperasse que alguma melhoria nos índices de segurança já possa ser notada.

Segundo dados de criminalidade divulgados pela Secretaria de Segurança Pública do Estado, na capital, os crimes graves, como homicídios, latrocínios e estupros não registraram quedas muito aparentes. Os números continuam na mesma lógica, variando bastante entre os meses de março de 2017 à janeiro de 2018.

Por outro lado, crimes como roubo e furto, registraram pequenas quedas especialmente nos meses de novembro de 2017 à janeiro deste ano. Pela primeira vez, desde 2016 pelo menos, os roubos classificados como “outros” (ou seja, que não são roubos de veículos) registraram menos de 12 mil ocorrências em toda a capital, chegando a 11.627 em janeiro.

Apesar de alguns números favoráveis, o próprio secretário municipal reconhece que é necessário mais estudo para comprovar a eficiência do projeto. “Na região do Brás, por exemplo, onde fizemos um acompanhamento mais próximo, percebemos uma queda nos crimes de oportunidade, mas ainda é muito cedo para ligar uma coisa com a outra. Precisamos de mais dados para comparação e para estabelecer um modelo científico que garanta que o City Câmera também colaborou nesse processo”.

A vice-presidente da SAAP, por sua vez, vê resultados positivos concretos das iniciativas de Vizinhança Solidária. “A comunidade passa a ser um agente que está fazendo algo pela segurança pública. As informações que temos, tanto dos dados oficiais da Polícia Militar quanto do relato de moradores para a associação, é que estamos passando por um período bastante tranquilo desde que implantamos a tecnologia no bairro”.

“Em um crime, há a figura do autor, da vítima e do ambiente onde isso acontece. O autor quem vai atrás é a polícia militar e civil. A vítima pode precisar de serviços como SAMU ou em caso de morte, o IML. Ambos ligados às esferas de governo estadual e federal. Mas o ambiente está muito mais ligado às prefeituras. Se um ambiente está mal iluminado, há desordem ou não há uma câmera, a prefeitura pode agir e exercer seu papel de polícia administrativa para, por exemplo, fechar um estabelecimento comercial que possa estar sendo um indutor de crime em uma região”, defende o Cel José Roberto. “Minha missão é criar dificuldade para a prática do crime e as câmeras são mais um processo de criar essas dificuldades. À medida que esse projeto escale, mais possibilidade de identificar crimes teremos e mais seguros podemos ficar”

Para além dos olhos das câmeras

O City Câmera é apenas uma parte das iniciativas que tem sido tomadas para fortalecer a segurança pública na cidade de São Paulo.

De fato, a prefeitura, apoiada pela Secretaria de Segurança Urbana, está aumentando o efetivo da Guarda Civil Metropolitana (GCM). Em 2017, foram contratados 500 novos guardas e no começo de 2018 foram convocados outros 500. Também foram feitos investimentos em novas viaturas elétricas e as áreas de inspetoria das guardas estão sendo alteradas para coincidirem com as mesmas áreas dos Departamentos de Polícia Militar e Civil para que possam colaborar de maneira mais efetiva.

Além disso, ainda se valendo da tecnologia, a prefeitura lançou no ano passado o Dronepol, primeiro programa da América Latina que utiliza drones para ações de segurança pública e defesa civil.

Também fruto de doações por empresas privadas, a Secretaria regulamentou e certificou os drones, além de treinar equipes para sua operação que têm auxiliado especialmente em grandes eventos mas também em locais de interesse.

“Aos finais de semana, alguns drones fazem o monitoramento da Represa do Guarapiranga, a praia do paulistano, e inclusive foi desenvolvido um sistema inédito que pode lançar uma bóia para auxiliar no salvamento de pessoas que estejam se afogando”, diz o Cel José Roberto. “Também temos um drone que permite fazer avaliações de áreas de risco, através do mapeamento 3D, para planejar operações mais eficientes”.

Atualmente, são 6 drones que já estão funcionais e em operação pela prefeitura de São Paulo, sendo todos da marca DJI e um deles adaptado para o lançamento da boia. Ainda há outros dois da Dahua que devem estar disponíveis para operação em breve, já que foram recentemente homologados pela Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL), e um da Hikvision que prometeu a doação mas ainda não a consolidou.

Por fim, a prefeitura lançou e começará a divulgar um aplicativo que permitirá que a população colabore ainda mais no planejamento do setor público, o SP+Segura.

Desenvolvida sigilosamente por uma empresa parceira que se identifica para o público como “Polícia Popular”, o app para iOS e Android permite que qualquer pessoa relate e insira em uma mapa interativo informações como fotos, áudios e descrições sobre roubos, furtos, suspeitos, acidentes, uso de drogas, perturbação de sossego, direção perigosa, animal desaparecido, entulhos e sujeiras, entre diversas outras situações de risco.

A ideia é criar uma comunidade colaborativa que mostre, em tempo real, situações perigosas para que as pessoas e o poder público possam planejar melhor seus investimentos. “Isso é prevenção. É como um exame médico: se eu tenho algum tipo de problema, quanto antes eu souber dele, melhor será o tratamento”, compara o secretário municipal. “Com essas informações, poderemos criar um ‘CompStat paulistano’, um método de trabalho vindo da Polícia de Nova York que permite planejar, decidir, controlar e avaliar as ações baseadas em marcadores específicos”.

O aplicativo gratuito já está disponível para download no Google Play e na Apple Store.

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