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ARTIGO: Seu rosto, sua chave – Reconhecimento facial no controle de acesso

Por Gustavo Zuccherato

Por Erico Theis Pereira dos Santos*

Tecnologias biométricas de validação sempre causam admiração e “dão um ar” tecnológico e inovador a qualquer ambiente, e não é para menos, na era dos smartphones que desbloqueiam de forma segura apenas “olhando para você”, portar um crachá de identificação parece um tanto quanto antiquado.

Assim como chamamos lâminas de barbear de “Gillette”, sempre que ouvimos o termo “biometria” pensamento imediatamente na leitura de impressões digitais, mas é muito mais do que isso

A bola da vez é o reconhecimento facial, que possibilita a identificação de pessoas à distância, sem a necessidade de pressionar, ou apresentar qualquer credencial de identificação, mas esta tecnologia é realmente confiável? Quais os benefícios e riscos de utilizá-la em ambientes corporativos? Abaixo apresentamos uma visão geral e uma opinião fundamentada sobre o assunto, confira:

Biometria e seu uso em aplicações de acesso e segurança

Da mesma forma que chamamos lâminas de barbear de “Gillette”, sempre que ouvimos o termo “biometria”, pensamos imediatamente na leitura das impressões digitais, afinal, estamos acostumados a cadastrar nossos dedos desde o surgimento das carteiras de identidade. Mas a palavra biometria em seu significado amplo, significa “o estudo das medidas de estruturas e órgãos de seres vivos”.

No mercado de acesso, encontramos diversos tipos de validação biométrica baseada nas características fisiológicas ou comportamentais, dentre eles:

  • Impressão digital;
  • Reconhecimento facial;
  • Retina;
  • Íris;
  • Voz;
  • Geometria das mãos ou das veias;
  • Assinatura

A validação destes padrões biométricos para o controle de acesso aproveita-se de características únicas dos corpos humanos como íris e impressão digital, ou de artefatos produzidos pelo indivíduo como assinatura ou a voz, para autenticação. Esta chave pode ser utilizada na liberação de acesso físico em catracas e portas ou para acesso lógico, a sistemas ou smartphones, como têm sido amplamente utilizadas.

Os sistemas Senior utilizam a validação biométrica para liberação em equipamentos há muitos anos, você pode saber mais sobre as formas de validação biométrica existentes no sistema na nossa documentação.

E como um equipamento consegue saber quem está tentando acessar a empresa?

Para realizar o reconhecimento de uma pessoa por equipamentos biométricos, antes de mais nada, é necessário realizar um pré-cadastro obtendo uma imagem da parte do corpo a ser identificada (rosto, dedos, íris, etc). Através desta imagem, algoritmos de medição traçam padrões únicos da pessoa que está se cadastrando, armazenando o resultado destas medições em memória.

Como as características das pessoas podem mudar com o passar do tempo, são definidos “índices de assertividade” que interferem diretamente nos falsos positivos e falsos negativos

Como as características das pessoas podem mudar com o passar do tempo (o dedo pode estar mais ou menos oleoso e o rosto pode estar com barba, maquiagem ou com o cabelo diferente do momento da validação), a cada tentativa de acesso os equipamentos de acesso comparam as medidas apresentadas em seus sensores com os padrões já armazenados na memória, aplicam um coeficiente de tolerância e comparam o resultado do algoritmo ao padrão gravado na memória.

Para termos uma validação segura e ao mesmo tempo rápida, são definidos “índices de assertividade”. Este índice interfere diretamente nos “falsos positivos” e “falsos negativos”. Um “falso positivo” acontece quando a tecnologia erra na detecção de uma pessoa, liberando-a como se fosse outro usuário. Já o “falso negativo” ocorre quando uma pessoa devidamente cadastrada é bloqueada pelo equipamento, pois a biometria difere do padrão cadastrado.

Para configurar a assertividade de acordo com o ambiente, as tecnologias geralmente dispõem de uma configuração de grau de conferência, que pode ser configurada de acordo com o ambiente. Em uma área restrita, por exemplo, é preferível que uma pessoa seja bloqueada e tenha que se posicionar melhor frente ao sensor, do que ser liberada indevidamente. Por outro lado, em algumas situações como, por exemplo, na saída de expediente de uma fábrica, pode ser melhor que uma pessoa consiga sair sem ser corretamente identificada, do que gerar fila e tumulto para que todos se posicionem de forma específica no sensor.

Se há possibilidade de erro, como posso confiar na tecnologia para uso corporativo?

Chegar à confiabilidade de 100% é praticamente impossível, independente da tecnologia de identificação utilizada. Crachás podem ser extraviados ou copiados, eu mesmo comprei um “copiador de crachás Smart” pela internet, e acreditem, funciona. Mesmo as tecnologias mais tradicionais com chaves ou senhas de acesso podem ser roubadas e copiadas.

As características biométricas não estão sujeitas a furto ou extravio mas, embora a tecnologia para o feito seja muito cara, tecnicamente podem ser copiadas. Comparando as tecnologias de identificação existentes, observamos que as biométricas apresentam um excelente índice de confiabilidade, podendo ser melhorada utilizando tecnologias de amostra viva ou combinadas a outras formas de autenticação, como sugere o texto “Novas tecnologias que aumentam a segurança e reduzem os custos na sua empresa”. Abaixo comparamos as principais características das tecnologias mais usadas no mercado, considere-as para tomar a decisão de uso.

Como sugerido, o melhor cenário para controlar o acesso em um nível adequado é a combinação de tecnologias e políticas de segurança.

Um pouco sobre o reconhecimento facial

O reconhecimento facial é uma tecnologia de validação que evoluiu consideravelmente nos últimos anos, e segue ganhando força com o uso em Smartphones. Esta tecnologia consiste em mapear a imagem do rosto de um indivíduo, gravando as distâncias entre pontos específicos, baseando-se pelos olhos, boca e nariz. Inicialmente, o reconhecimento era pouco confiável, com alto índice de falsos positivos e baixa precisão em diversos ambientes, além de ser suscetível ao uso de artefatos para “enganar” o software, como uma simples fotografia.

Hoje é possível utilizar a dilatação da pupila, textura da pele e músculos, micro expressões e movimentos dos olhos para agregar segurança à validação por reconhecimento facial

Com a evolução dos softwares de reconhecimento, hoje é possível utilizar a dilatação da pupila, textura de pele e músculos, micro expressões e movimentos dos olhos para agregar segurança à validação sem reduzir o tempo de validação, ainda é possível utilizar câmeras duplas, projetor de pontos e infravermelho para tornar a tecnologia segura o suficiente para ser utilizada em aplicações comerciais, sendo tão confiável quanto a impressão digital, por exemplo.

De qualquer forma, ao realizar um projeto de segurança corporativa, devemos levar em consideração as características do ambiente para determinar qual tecnologia utilizaremos, analisando as vantagens e riscos de cada uma na tomada de decisão.

Vantagens e riscos do reconhecimento facial

Como vimos, não há tecnologia infalível. Para cada medida de segurança, pode haver uma contramedida para invasão, devemos então determinar o custo x benefício para utilizar as melhores tecnologias em cada ambiente da empresa.

O reconhecimento facial se sobressai às demais tecnologias biométricas pois, além de possibilitar a validação para liberação de acesso, pode ser utilizado para mapear a localização das pessoas através das câmeras de segurança, podendo inclusive ser utilizada em áreas amplas com grande fluxo de pessoas e ainda compartilhar as informações entre empresas e órgãos de segurança, podendo mapear pessoas potencialmente perigosas em meio à multidão, como sugere nosso texto: Como a gestão de Acesso e Segurança colaborativa poderá ajudar na Segurança Pública?

A principal vantagem do reconhecimento facial também pode ser considerada sua principal desvantagem: como a face é visível e acessível para permitir uma identificação menos invasiva, também é muito mais fácil gerar um artefato para burlar a tecnologia

Comparando o reconhecimento facial com outras tecnologias biométricas, temos a vantagem da facial ser menos invasiva do que os scanners de olho (íris ou retina), mais confiável do que a voz e menos suscetível a alterações de amostra do que assinatura escrita ou impressão digital.

Mas, a principal vantagem do reconhecimento facial também pode ser considerada a sua principal desvantagem: Como a face é visível e acessível a todos através de fotos em redes sociais, torna-se muito mais fácil conseguir uma amostra para geração de um artefato para burlar a tecnologia (uma máscara, por exemplo), o que não ocorre em tecnologias como a íris, retina ou impressão digital.

Outra desvantagem advinda da mesma característica, pode se tornar inclusive alvo de uma ampla discussão social: A partir do momento que a face é mapeada, a pessoa poderá ser reconhecida por diversos softwares em diversas condições, sequer é necessária uma autorização do usuário para que sua face seja mapeada. Apesar do ditado popular de “quem não deve, não teme”, ninguém deseja ser rastreado, se não bastasse o aproveitamento comercial da nossa “pegada digital”, hoje podemos ser rastreados fisicamente, provendo informações para companhias de seguro, financeiras, governo e grandes companhias de vendas.

Mas afinal, vale à pena investir em reconhecimento facial?

Se sua empresa está pensando em realizar um investimento em segurança, certamente deve considerar o reconhecimento facial como uma das tecnologias a ser implantada no ambiente. É importante mapear qual o nível de segurança necessário em cada local da empresa, e configurar validações 1 para 1 (crachá + biometria ou biometria + senha) em locais mais críticos.

Considere também, além de utilizar o reconhecimento facial para acesso nos ambientes, fazer uso do vídeo analítico para identificar a localização e comportamento suspeitos de pessoas dentro da empresa em tempo real.

Se sua empresa for um comércio, invista também no vídeo analítico com reconhecimento facial para alavancar as vendas, mapeando os itens mais atrativos para os clientes nas prateleiras e vitrines e a satisfação dos clientes na loja através de câmeras. A Head tecnologia, empresa do grupo Senior possui a solução ideal para esta finalidade.

O reconhecimento facial já é realidade e será cada vez mais significativo nos próximos anos. Recomendamos atenção à tecnologia e investimentos no controle de acesso e vídeo analítico para aumentar a segurança, conhecer melhor o seu cliente e alavancar vendas.

Erico Theis Pereira dos Santos

É Analista Técnico do Suporte de Gestão de Acesso e Segurança, Performance Corporativa e Aplicativos e Tecnologia da Senior Sistemas.

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