Por Pedro Al Shara*
Não é mais novidade que estamos vivendo em um cenário que se torna a cada dia mais digital. A tão esperada Transformação Digital para alguns segmentos da economia foi não somente antecipada com a chegada da pandemia, que mudou radicalmente, a vida do planeta, mas acelerada.
A migração repentina para o ambiente digital foi a estratégia adotada por diversos setores para sobreviver no mercado, mesmo que muitas empresas ainda estivessem tendo suas primeiras experiências neste formato. Mesmo diante de inúmeros desafios que a crise do Covid-19 insiste em impor à sociedade diariamente, a tecnologia tem sido uma “tábua de salvação” para muitos segmentos e uma forma de transpor as dificuldades em um cenário ainda incerto.
A tecnologia não só impactou diretamente o trabalho remoto nesse momento de isolamento social, mas se tornou nesses últimos 3 meses a única alternativa para que diversos profissionais e empresas mantivessem sua operação, escolas não paralisassem o ano letivo e consumidores de forma geral pudessem se divertir e com isso, a roda da economia continuasse a girar. Naturalmente, essa mudança de comportamento da sociedade levou a um aumento na ponta por serviços considerados essenciais, como energia elétrica e internet.
Segundo a Anatel, no mês de março, quando teve início o período de quarentena, houve um aumento entre 40% e 50% na demanda de tráfego de dados em todo o país. Com isso, muitos consumidores notaram uma oscilação na velocidade de conexão com a internet ou mesmo ficaram sem serviço por horas, o que resultou em queixas e dores de cabeça para as operadoras e companhias relacionadas.
Esse fator obviamente levou a uma onda na queda de produtividade nos ambientes de trabalho que enfrentaram alguns transtornos: sem energia, sem internet, sem conexão, sem entregas. Nesse “Novo Normal” na vida dos brasileiros, o temor do chamado “Apagão Digital” bateu à porta e também começou a preocupar os fabricantes e fornecedores de toda a cadeia da indústria de serviços essenciais. No caso de energia elétrica, por exemplo, se antes o setor já se preparava para enfrentar os desafios considerados críticos, porém conhecidos e esperados, como a falta de energia em períodos sazonais do ano, provocada pelo excesso ou escassez de chuvas, hoje o cenário é de instabilidade pelo o que está por vir.
Seja qual for o nosso futuro próximo, o alerta foi dado e devemos em todas as instâncias da sociedade investir em infraestrutura para lidar com essa nova demanda e garantir condições sustentáveis para a preservação e manutenção das atividades econômicas
Os desafios do Home Office
Se antes a única preocupação do trabalhador era desempenhar a sua função tecnicamente a fim de atingir metas com maior produtividade, agora em home office, a infraestrutura também passou a fazer parte do desempenho profissional. Não percebemos, mas estamos frequentemente sujeitos a interferências que podem prejudicar ao fornecimento de rede elétrica e, consequentemente, a conexão de nossos dispositivos eletrônicos conectados à internet. Estamos preparados para essas quedas/faltas de energia e conexão em nossos home offices?
Antes da pandemia, a infraestrutura do ambiente de TI corporativo era responsabilidade dos gestores da área, mas hoje essa responsabilidade passou a ser dividida. O usuário é corresponsável pelas boas práticas do ambiente de trabalho, que envolvem disciplinas e uma lista de prevenções que devem ser checadas a fim de preservar e mitigar os prejuízos que os blecautes ou apagões digitais podem provocar. A questão a se considerar é como a infraestrutura do ambiente de TI, do mais simples ao mais complexo, será planejada e executada por empresas e pessoas a fim de caminhar alinhada aos objetivos de negócios que a Transformação Digital se propõe a entregar para a sociedade no pós-pandemia.
Pedro Al Shara
CEO da TS Shara, fabricante nacional de nobreaks e estabilizadores de tensão