Por Ricardo Adriani
Em busca da sustentabilidade e de uma melhor qualidade de vida nos centros urbanos, as cidades têm buscado rever alguns conceitos e questões ligadas à infraestrutura e planejamento urbano. Para isso, cada vez mais, contam com o apoio das inovações tecnológicas. Mas, afinal, o que torna uma cidade inteligente? As smart cities fomentam o desenvolvimento tecnológico, pensam em soluções estratégicas para a cidade e a vida da população que nela vive, apoiadas em um planejamento inovador e sustentável que contribua para a mobilidade urbana.
No Brasil, as cidades de Campinas, São Paulo, Curitiba e Brasília têm se destacado dentro do conceito de cidades inteligentes. Campinas, por exemplo, se tornou referência nas áreas de economia, tecnologia e inovação. A maior cidade do interior de São Paulo foi considerada a mais inteligente e conectada do Brasil em 2019, segundo pesquisa realizada pelo Ranking Connected Smart Cities. Para essa pesquisa, é feito um mapeamento em todas as cidades brasileiras com mais de 50 mil habitantes, o que totaliza 666 municípios. A proposta do ranking é possibilitar que as boas iniciativas sejam compartilhadas entre as cidades.
Em 2018, a liderança ficou com a capital paranaense. Curitiba é uma das sedes do Smart City, maior evento de cidades inteligentes do mundo, que busca debater e propor soluções para o desenvolvimento sustentável das cidades. Para 2020, ele já tem data marcada: dias 26 e 27 de março.
Atenta à realidade das cidades, as empresas e startups têm feito investimentos a fim de contribuir para a mobilidade e qualidade de vida dos cidadãos. A Pumatronix, por exemplo, aposta em soluções inteligentes para uma melhor gestão do trânsito. Entre as inovações desenvolvidas pela empresa que atua com tecnologia para a mobilidade urbana, o diretor de inovação Ricardo Anselmo Andriani cita a sincronização dos semáforos.
“Outras soluções para a mobilidade urbana são as câmeras para a contagem de veículos e estatísticas de tráfego. Há também as soluções e sistemas que fazem uso da inteligência para recuperar carros roubados ou que estejam irregulares. Algumas cidades já possuem esse cerco ou muralha digital, um meio extremamente inteligente e eficaz para a polícia”, cita Andriani.
Preocupação mundial
Segundo o diretor de inovação da Pumatronix, a preocupação em termos de mobilidade urbana é mundial. Nesse processo, a integração de sistemas é essencial. “Uma cidade inteligente precisa de interligação. Em termos de trânsito, por exemplo, deve haver uma sincronização dos semáforos, câmeras inteligentes que identificam os eventos que ocorrem, em caso de acidente, por exemplo, e emitam os alertas necessários para a polícia, órgãos fiscalizadores e de saúde, se for necessário atendimento à vítima”, completa.
Ainda de acordo com Andriani, sistemas e câmeras que utilizam a inteligência artificial e algoritmos de processamento de imagens proporcionam eficiência para a gestão urbana. “Quanto mais automatização, mais os gestores conseguirão focar em outras questões que necessitam da inteligência humana para resolução”, conclui.
Em um contexto mundial, ele cita Singapura como referência em mobilidade, uma vez que possui uma excelente gestão de trânsito. É número um no ranking de eficiência do transporte público, segundo o relatório McKinsey. Além disso, Singapura também possui controle sobre a circulação de veículos e tem um centro de controle inteligente e integrado.
Já na América Latina, Buenos Aires é considerada um exemplo no conceito de “cidade inteligente”. A capital da Argentina melhorou a mobilidade urbana e reduziu as emissões de dióxido de carbono, além de investir em aplicativos que possibilitam aos fiscalizadores informar à população sobre qualquer problema na estrutura urbana.
Ricardo Adriani
Diretor de Inovação da Pumatronix