O cenário tradicional do mercado global de sistemas de controle de acesso eletrônico era historicamente dominado por vendas de hardware, com os softwares desempenhando um papel secundário no monitoramento de desempenho e validação de identidades. No entanto, nos últimos anos, impulsionado pelo avanço de tecnologias como Inteligência Artificial, analíticos preditivos e Internet das Coisas (IoTs), essa dinâmica mudou significativamente. Atualmente, o foco principal do controle de acesso está nos softwares, graças às novas plataformas de segurança unificadas. Essas plataformas têm a capacidade de identificar com precisão violações de segurança, antecipar flutuações nas taxas de ocupação de edifícios e modificar credenciais automaticamente. Denis Côté, Managing Director da Genetec para América Latina e Caribe, destaca que essa mudança permite manter os gestores constantemente informados e preparados para tomar decisões estratégicas.
A Omdia prevê que a demanda global por software no mercado atingirá uma taxa composta de crescimento anual (CAGR) de 9,4% entre 2022 e 2027, com as receitas totais de vendas de software ultrapassando os US$ 770 milhões até 2027. Essa notável taxa de crescimento, aliada a barreiras reduzidas à entrada no mercado, incentivará novos participantes e disruptores a introduzir plataformas inovadoras e competir com os fornecedores tradicionais. O relatório destaca que integradores de sistemas e usuários finais que se mantêm atualizados sobre as constantes evoluções no software estarão em uma posição mais vantajosa para investir em plataformas superiores, otimizando assim seus sistemas de controle de acesso.
O estudo também destaca a Genetec™ como a fornecedora de software de controle de acesso que mais cresce no mundo e extrai lições importantes de suas altas taxas de crescimento nesse segmento. Além disso, o documento aborda questões cruciais relacionadas à situação atual do mercado, considerando os impactos da pandemia de COVID-19 e das interrupções na cadeia de suprimentos em 2022. Os fornecedores de software enfrentam desafios ao se adaptarem às mudanças contínuas, transitando de uma estrutura de conectividade baseada em integrações de sistemas para uma abordagem unificada, incluindo ferramentas de controle de acesso e outros domínios da construção.
O relatório da Omdia destaca que os gestores continuam a enfatizar as vulnerabilidades de cibersegurança, uma preocupação premente para as empresas e, portanto, uma prioridade que deve ser abordada de forma coletiva por fornecedores de software, integradores de sistemas e usuários finais. Além disso, observa-se uma evolução na demanda por soluções de Controle de Acesso como Serviço (ACaaS), hospedadas na nuvem. Proprietários de edifícios reconhecem cada vez mais o papel fundamental do software de controle de acesso na agregação e fornecimento de dados de ocupação, fundamentais para as arquiteturas de edifícios inteligentes. A Omdia expressa confiança de que o mercado de controle de acesso continuará sua transição para uma estrutura ainda mais centrada em software na próxima década.
Da integração à unificação
Ao longo de quase duas décadas, o mercado de software de controle de acesso tem sido influenciado por uma crescente demanda por sistemas de segurança interconectados desde a introdução de equipamentos habilitados para IP. Nesse período, a integração de equipamentos e softwares tornou-se uma prática comum, abrangendo diversos domínios, como videomonitoramento, detecção de intrusão e segurança de vida.
O videomonitoramento é consistentemente integrado aos sistemas de controle de acesso, proporcionando maior precisão e confiabilidade na classificação de objetos e comportamentos. Essa integração facilita a análise comportamental dos ocupantes, permitindo a interpretação proativa de possíveis riscos de segurança e oferecendo suporte vital durante emergências.
O crescimento dos analíticos de vídeo estimula a demanda por integrações simples e intuitivas entre o software de controle de acesso e os sistemas de gerenciamento de vídeo (VMS) de terceiros. Essas integrações visam garantir que os usuários finais possam acessar e utilizar dados de segurança de vários domínios a partir de uma única plataforma de software, destacando a eficiência da abordagem unificada.
Mitigação dos riscos de cibersegurança
Os impactos da COVID-19 e as interrupções na cadeia de suprimentos acentuaram os riscos de cibersegurança em softwares. Com muitos gerentes de segurança trabalhando remotamente, acessando dados de controle de acesso por meio de dispositivos vulneráveis, houve brechas para invasões, permitindo amplo acesso à infraestrutura de TI corporativa.
Segundo um relatório da IBM em 2022, uma violação de dados típica custou aos usuários finais cerca de USD 4,5 milhões. Apesar de hackers locais atacarem credenciais, a maioria dos ataques ao controle de acesso é iniciada remotamente, visando o software. Ueric Melo, especialista em Cibersegurança da Genetec para a América Latina e Caribe, destaca a necessidade de proteções avançadas e criptografia para evitar pontos de entrada para hackers.
Todo fornecedor de software enfrenta riscos significativos se vulnerabilidades em sua plataforma forem exploradas. A conscientização sobre vulnerabilidades aumentou entre usuários finais, alterando diálogos com provedores de segurança, que agora demandam garantias de proteção contra ransomwares e testes de validação de cibersegurança.
Garantir a conformidade com padrões, como ISO/IEC 27001, muitas vezes envolve auditores externos de cibersegurança. Independentes, eles asseguram conformidade com regulamentos de privacidade, como o GDPR da UE, e avaliam o atendimento a padrões de segurança.
Uma abordagem multicamada no desenvolvimento de código previne falhas técnicas, impedindo a ação de agentes maliciosos. Embora nenhuma solução seja totalmente inviolável, o diferencial entre fornecedores está no compromisso com transparência na divulgação de vulnerabilidades. A colaboração com auditores terceirizados, fabricantes de hardware e integradores de sistemas é essencial para mitigar riscos de cibersegurança.