Projeto-piloto utiliza tecnologia da Huawei e análise de dados da CPqD para oferecer vários serviços em favor da segurança pública e defesa civil municipal
Após nove meses desde a assinatura do memorando de entendimento, a Huawei, a CPqD e a Prefeitura de Campinas apresentaram na tarde desta quinta-feira (15) os primeiros resultados da sua parceria para transformar a o município mais populoso do interior do Brasil em um verdadeiro laboratório vivo para a construção de conceitos, tecnologias e soluções relacionadas à Safe Cities.
Mais do que a instalação de novas câmeras ou sistemas, o projeto tem o potencial de ser uma verdadeira reformulação no modelo de desenvolvimento de cidades inteligentes no Brasil. Combinando os esforços de todo o setor produtivo relacionado à inovação, tecnologia e segurança de uma cidade, a proposta traz a infraestrutura de rede e uma plataforma aberta para captação de dados e desenvolvimento de aplicações específicas para as diversas necessidades de um ambiente urbano.
Na prática, o evento demonstrou o uso real de uma solução que agrega hardware e software para oferecer inteligência para a operação da cidade, o Video Cloud Solution. Com o uso da plataforma Huawei VCM (Video Cloud Management), os executivos da companhia demonstraram capacidades de reconhecimento facial e de cores para localização de suspeitos ou pessoas desaparecidas, de detecção de intrusão para proteção de áreas críticas e identificação de possíveis áreas alagadas, além de comunicações estratégicas via rede eLTE e outras possibilidades que já estão em desenvolvimento.
Em sua essência, o objetivo do projeto-piloto, que faz parte do programa “Campinas Bem Segura”, é ampliar a capacidade de monitoramento por meio de câmeras e sistemas inteligentes. Atualmente, a cidade já conta com cerca de 500 câmeras, instaladas nas principais vias de acesso e saída e através de convênios com empresas públicas, privadas e associações, como é o caso do Projeto Capta, por exemplo.
Nesta nova iniciativa, a estrutura de Campinas recebeu cerca de 30 novas câmeras inteligentes, controladas e monitoradas através da Central Integrada de Monitoramento de Campinas (Cimcamp). “Escolhemos instalar a maior parte dessas câmeras no Centro de Campinas pensando, inclusive, no aumento de circulação de pessoas por conta das festividades de final de ano. Então vamos reforçar a segurança nessa região”, afirmou o prefeito de Campinas, Jonas Donizette. “Esse trabalho começou a ser feito há um ano atrás e contou com a participação da IMA – Informática de Municípios Associados, da Secretaria de Segurança Pública, da Secretaria de Desenvolvimento e da EMDEC – Empresa Municipal de Desenvolvimento de Campinas, que trabalharam conjuntamente para que esse projeto pudesse ser implementado”.
O projeto-piloto conta também com o apoio do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD). O projeto visa a colaboração entre os parceiros na pesquisa e experimentação de soluções de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) aplicadas à segurança pública. Ao CPqD cabe customizar o sistema oferecido pela empresa, em conjunto com a IMA – Informática de Municípios Associados. Esse processo é importante para a adaptação do sistema às necessidades de Campinas.
“Trata-se de um projeto de inovação destinado a customizar a solução a partir da integração com a plataforma aberta dojot, desenvolvida pelo CPqD, visando atender as necessidades específicas do município”, disse Maurício Casotti, gerente de desenvolvimento de negócios para cidades inteligentes do CPqD. “Com o dojot, a solução pode ser expandida para coletar, armazenar e disponibilizar dados de diversos dispositivos e sensores implantados na cidade, potencializando assim o ecossistema de inovação em cidades inteligentes de Campinas”.
Como um verdadeiro arsenal tecnológico, capaz de armazenar uma quantidade enorme de dados e interpretá-los de forma rápida, assertiva e customizada, a plataforma da Huawei aproveita as capacidades dos servidores Safe City V100R003 e do anel de fibra óptica dedicado às soluções de segurança de Campinas para criar uma nuvem privada no ambiente do município-cliente e oferecer módulos independentes que podem ser escolhidos de acordo com as necessidades específicas de cada ambiente urbano.
“Todas as informações que estão no Huawei VCM são consumidos pelas soluções da cidade através de um barramento do dojot. Temos uma camada SDK, com a sua biblioteca de rotinas seguindo um padrão aberto, baseado em protocolo REST. Qualquer middleware que esteja acima desta camada e entenda esse padrão, pode ler e enxergar os dados em nossa plataforma”, explica Rildo Santos, gerente de soluções para governo da Huawei Brasil. “As APIs abertas ficam mandando informação para esse barramento e cada aplicação consome essa informação e dá uma tratativa específica a esse dado”.
Assim, as possibilidades são das mais diversas. Através de um desenvolvimento de aplicativo específico, por exemplo, é possível que os agentes de segurança na rua possam enviar e receber dados desse sistema em tempo real, como uma foto de um suspeito.
Para demonstrar essa capacidade, durante a coletiva, uma pessoa foi escolhida para representar um suspeito. Uma foto desta pessoa foi tirada com um radiocomunicador, subindo essa imagem para a plataforma em nuvem de forma automática. O indivíduo, então, foi até a frente da prefeitura municipal, onde há uma câmera instalada com capacidade de reconhecimento facial.
Assim que esse suspeito foi identificado, a equipe da Huawei abriu o módulo de radio-despacho, identificando o Guarda Municipal mais próximo, notificando-o e enviando a imagem captada para o radiocomunicador do guarda, que pôde identificar o suspeito e abordá-lo no mesmo instante.
Outra possibilidade que está em desenvolvimento pela equipe da CPqD é a integração em prol da Defesa Civil. Se há um ambiente com possibilidade de alagamento, é possível integrar câmeras com detecção de intrusão, pluviômetros e mini-estações meteorológicas para configurar ações em vista de enviar um alarme automático para a Defesa Civil para que o sistema específico deles acione um alarme sonoro na região.
“Hoje fizemos uma demontração do que fizemos até agora. Testamos a plataforma, a comunicação e o trabalho integrado e em conjunto entre todos os envolvidos, garantindo uma aplicação em um ambiente real de uma cidade”, ressaltou Santos. “Sabemos todas as implicações técnicas dessa abordagem, ajudando a prefeitura a planejar melhor seus recursos. Agora cabe aos envolvidos pensar nos casos de aplicação real e desenvolver soluções para resolver aquela questão”.
As soluções do Safe City V100R003 permitem que uma cidade acumule grandes quantidades de dados em vídeo e de outros sistemas IoT para analisá-los de forma rápida, em planejamentos de curto, médio e longo prazo. Padrões de tráfego, identificação de criminosos, agentes públicos equipados com comunicação de alta tecnologia, além de identificação e prevenção de ataques cibernéticos, são algumas das possibilidades que o Big Data, aliado a análise com Inteligência Artificial, podem realizar através da plataforma.
Entre os módulos da plataforma da Huawei, inclui-se:
- Central de Comando Unificado: é o núcleo e o cérebro de uma cidade segura e geralmente o primeiro contato. Ela coleta todos os tipos de alarmes e alertas, verificando e tomando decisões apropriadas e pré-planejadas e pode despachar equipes de emergëncia adequadas para os sinistros.
- Videovigilância inteligente: vigilância por vídeo em nuvem e análise inteligente em vídeo, com streaming de vídeo em HD em tempo real, armazenamento, reprodução, alertas em tempo real e análises de pós-incidentes para detecção de pistas.
- Comunicação crítica: solução ramificada de banda larga eLTE usada em segurança pública. Permite que os agentes públicos tenham uma comunicação de alta qualidade, sendo verdadeiras unidades móveis de auxílio a Central de Comando Unificado, podendo enviar audios e videos.
- Segurança em Rodovia Inteligente: inclui E-Police, o HD Checkpoint e Vigilância de Vídeo nas Estradas. Capaz de identificar diferentes infrações de trânsito, registrando veículos em tempo real.
- Policiamento Big Data: utiliza análise forense digital, vigilância de mídia social e plataforma Big Data da Huawei usada em segurança pública, recuperação de desastres e backup de dados do Data Center, garantindo a operação ininterrupta.
- NetConnect Agile: garante segurança em todas as conexões de rede em um projeto de Safe City, incluindo acesso à câmera de vídeo, rede entre cidades e rede de Data Center.
- O&M unificado: fornece gerenciamento e manutenção de operação unificada de todos os elementos de rede em todo o projeto.
- Cyber Segurança: cuida da segurança dos dados de ponta-a-ponta, câmera e outros controles de acesso ao terminal e gerenciamento de comportamento do operador, protegendo todo o projeto de Cidade Segura.
“A Huawei usa seus recursos para aprimorar a infraestrutura das cidades, tornando-as mais inteligentes. Os municípios que incentivam essa implementação largam na frente e desfrutam dos benefícios de uma estrutura inteligente e segura. Esse é um dos caminhos até mesmo para o crescimento econômico dos municípios. Afinal, uma cidade segura certamente atrai investimentos”, disse Juelinton Silveira, diretor de comunicação e relações com o governo da Huawei no BRasil.
Durante a coletiva, a presença de executivos globais da Huawei, como Victor Zhang, presidente mundial de relações com o Governo, e Zou Zhilei, presidente para a América Latina, além do Ministério das Ciências, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), na figura do secretário de políticas Thiago Camargo, mostraram a importância que tem se dado ao desenvolvimento deste projeto para todos os envolvidos.
Todo esse trabalho resultou no documento “Uma abordagem para construção de cidades seguras e inteligentes no Brasil”, que foi disponibilizado aos participantes da coletiva e deve ser disponibilizado para consulta e contribuições públicas no começo de 2019. O documento de 21 páginas elenca as tendências da indústria, um perfil e os desafios da segurança pública no Brasil, a visão e os objetivos esperados neste projeto, além dos princípios para a construção de cidades inteligentes e as tarefas para esse trabalho, separados em seis pontos prioritários.
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