Por Luiz Henrique Bonatti*
Entre as muitas funções que um empreendedor da área de segurança precisa exercer quando tira a ideia do papel, uma das mais desafiantes é a de liderar. Por menor que o negócio seja no início, ninguém consegue tocar uma empresa sozinho por muito tempo. Logo, o time começa a crescer e é preciso delegar funções e gerir projetos diferentes. Esse primeiro passo pode já ser um desafio para os fundadores de empresa: desapegar do “mão na massa” para fazer a gestão de todos os setores.
Mas esse é o único caminho para o crescimento. O dono pode não se desligar 100% das atividades diárias, mas o progresso traz novas funções e o desafio de saber liderar equipes.
Metas comprometem, não engajam. A meta faz com que as pessoas busquem resultados não experiências.
Para se tornar um líder inspirador e eficaz, algumas características e atitudes são essenciais. Listamos cinco dicas de como o empreendedor na área de segurança pode aprimorar sua aptidão para liderança ou desenvolvê-la.
Engaje, não comprometa: O bom líder é o que consegue engajar seus colaboradores para exercer as funções da melhor maneira possível. O funcionário comprometido, cumpre ordens, já o engajado, é proativo e busca sempre o melhor para a empresa. Metas, por exemplo, comprometem, não engajam. Isso porque o colaborador vai trabalhar ao máximo para conseguir atingir um objetivo, todo o resto que acontece em volta não é alvo de sua atenção. A meta faz com que as pessoas busquem resultados não experiências. Para engajar é preciso que os colaboradores se sintam parte da empresa e compartilhem da mesma missão, assim, eles irão trabalhar para desenvolver o negócio como um todo, não apenas apresentar um resultado no fim do mês. Deixar as pessoas participarem das decisões, perguntar como está o trabalho, ouvir e implementar as sugestões são ações que ajudam a engajar.
Tenha como missão encantar o cliente: Todos dentro da empresa têm um único chefe: o cliente. Sem consumidores os produtos e serviços não fazem sentido. Por isso, é importante que o líder passe para os colaboradores a importância de sempre encantar os cliente e dê autonomia para isso. O colaborador que tem como missão oferecer o melhor serviço e ainda surpreender o cliente com ações personalizadas, precisa poder tomar decisões rápidas e coesas com a empresa. Uma boa ideia é criar um fundo para o encantamento do cliente, assim os atendimentos poderão executar ações pertinentes para melhorar a relação com os consumidores e entender o orçamento da empresa para isso.
Contrate pessoas que tenham competência para exercer as funções pelas quais são responsáveis e trate o negócio desde o começo como algo profissional
Profissionalize a operação: Para ter segurança em delegar as funções é imprescindível contar com um time qualificado. Contrate pessoas que tenham competência para exercer as funções pelas quais são responsáveis e trate o negócio desde o começo como algo profissional. Muitas empresas no começo tem um espírito mais “livre” e acabam passando para o colaborador, e espelhando para o cliente, uma imagem de amadorismo. Como líder, inspire todos a olharem para o negócio como uma empresa séria. Não esqueça que para isso não é necessário rigidez e burocracias, apenas processos que sejam flexíveis, mas sigam uma lógica para todas as pessoas.
Busque investimento: Todas essas ações precisam, em maior ou menor grau, de investimento financeiro. O papel do líder não é apenas promover e gerir práticas dentro das empresas, mas também viabilizá-las. Se o negócio já está tracionado e lucrando, busque investimento para aprimorar tecnologias, mercado mas também processos. Tal tarefa requer muito estudo para entender qual o investimento adequado para o momento da empresa e o que ela está disposta em oferecer em troca.
Atualização: O mercado é dinâmico e as rotinas dentro e fora das empresas mudam constantemente. O líder precisa estar sempre um passo a frente, ou na mesma página, que seus colaboradores, assim, demonstra entendimento do negócio e autoridade. A atualização pode ser feita por meio de aproximação com o mercado, trocas constantes com os colaboradores e, mais uma vez, muito estudo.
Além das aptidões que geralmente são elencadas como essenciais para o desenvolvimento de um bom líder, essas contribuem para a melhor gestão da equipe e consequentemente a maximização do potencial da empresa.
Luiz Henrique Bonatti
É CEO da Segware