Home Reportagem UIT, Anatel e MCTIC discutem a modernização da regulamentação para IoT

UIT, Anatel e MCTIC discutem a modernização da regulamentação para IoT

Em painel realizado na Futurecom 2018, representantes dos três órgãos abordaram os desafios de regulamentação para implementação da nova tecnologia.

Foi-se o tempo em que a discussão sobre implementação de Internet das Coisas era meramente técnica. Durante a Futurecom 2018, principal evento do setor de telecomunicações da América Latina, não faltam oportunidades para discutir questões legais, tributárias e políticas da nova tecnologia, mostrando que a maturidade da mesma já passou a necessidade de o que fazer para o como fazer. É o caso do painel “Ecossistema Digital e demandas para um Ambiente de Inovação” que teve como protagonistas Randall Trevino Diretor Regional Adjunto da UIT para as Américas, Juarez Quadroz, Presidente da Anatel e Otavio Caixeta, Diretor do Departamento de Ecossistemas Digitais do MCTIC.

Trevino abriu o painel destacando os impactos sociais e comerciais que a chamada transformação digital vêm causando, e como é preciso atualizar as questões legais para garantir o ritmo de inovação. “As transformações das novas tecnologias impactam diretamente nos marcos regulatórios. É preciso que haja este entendimento e atualização para que de fato possamos viver esta prometida transformação digital, com normas e procedimentos cada vez mais flexíveis”, afirmou.

Em seguida, foi a vez de Otávio Caixeta, do MCTIC, levantar os principais pontos que precisam ser transformados para que a sociedade se prepare para as mudanças causadas pela Internet das Coisas. “O primeiro passo é garantir conectividade à todos e que haja um polo de pesquisa e desenvolvimento de implementações IoT dentro do Brasil, para que possamos ter vantagens competitivas com relação à outros países”, explicou.

Para o Diretor do MCTIC, outros pontos de transformação seria a segurança e confiança das aplicações e da rede e a educação para a tecnologia. “Em nossas escolas ainda estamos ensinando habilidades para profissões do século XX. Precisamos trazer para o currículo disciplinas como lógica computacional e ciência de dados”, afirmou.

Por fim, Juarez quadros elencou as principais verticais que devem ser vetores da implementação da IoT no Brasil. “Vejo hoje o setor do Agronegócio como tendo muito a ganhar com a agricultura 4.0, e pelo peso econômico que tem no país, deve ser o principal mercado a puxar a nova tecnologia. Outros mercados com forte poder de investimento e que têm interesse na internet das coisas é o bancário, saúde e, claro, o empreendedorismo das Start-ups”, afirmou.

Fragilidade Digital
Segundo Organização das Nações Unidas, cerca de 3,6 bilhões de pessoas não têm hoje acesso à internet convencional. Apesar de hoje vermos o acesso à rede mundial como um privilégio, com a transformação digital, ela passa a ser uma necessidade básica de inclusão na atividade econômica serviços. “Esta é uma questão sumamente importante, porque o que temos que ter claro é como podemos chegar até o último cidadão de nossos países”, afirmou Randall Trevino, Diretor da UIT.

De acordo com o representante do agência ligada à ONU, além do esforço de criação de uma infraestrutura, é preciso capacitação dos cidadãos para estarem prontos para tirar partido das novas tecnologias. “Podemos chegar até o interior profundo de um país com fibra óptica, mas se as populações que vivem nestes lugares não estiverem prontas para se apropriar desta tecnologia, não teremos feito nada além de passar cabos”, afirmou.

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