A Chief Compliance Officer da empresa para a América Latina, Ana Maria Ravaglia Duarte, contribuiu para a discussão, principalmente sobre o aspecto legal da implantação da tecnologia, tendo em vista regras da LGPD que entrarão em vigência em 2020
O Congresso Mobi-ID, promovido pelo portal Mobile Time, reuniu executivos de alguns dos principais fornecedores e players do universo do reconhecimento facial no Brasil nesta segunda-feira, 25 de novembro, em São Paulo. Para o painel que discutiu os desafios da implementação da tecnologia no mercado nacional, o evento contou com a participação da Chief Compliance Officer da NEC para a América Latina, Ana Maria Ravaglia Duarte.
Na oportunidade, a CCO da NEC salientou o fato de que os brasileiros dão muita importância à sensação de segurança, mesmo que para isso seja necessário abrir os dados, como informações pessoais, imagens etc. “Vejo que no Brasil as pessoas tendem a abrir mão da restrição dos seus dados quando, em contrapartida, têm a oportunidade de estar em ambientes que julgam seguros, como os locais digitalmente monitorados”, afirma.
Outro ponto ressaltado pela executiva foi a implantação da Lei Geral de Proteção de Dados, que deverá ocorrer em 2020 no Brasil. “É fundamental que haja uma regulação por parte do Governo nesse sentido e acredito que esse tipo de iniciativa vai ajudar muito a nossa sociedade, com relação à privacidade dos cidadãos. O debate por parte da sociedade é algo saudável e deve acontecer. A NEC, que conta com um comitê internacional dedicado exclusivamente à ética na comercialização e aplicação das biometrias digitais, a exemplo do reconhecimento facial, apoia totalmente esse exercício de discussão acerca do tema. Estou certa de que esse processo será muito positivo e, no futuro, teremos processos maduros e estabelecidos, como o que aconteceu com o Código de Defesa do Consumidor, que quando nasceu causou muito receio, pois era algo novo”, comenta.
A executiva finalizou sua participação no painel mencionando a expressão ‘Direito ao Esquecimento’, que vem sendo cada vez mais raro por causa da ação da internet, que mantém registros de menção a pessoas mesmo muitos anos depois em função do rápido compartilhamento de informações, sobre o qual não há controle. “Uma pessoa que tenha sido mencionada ou tenha uma foto publicada na internet, dificilmente conseguirá apagar isso. O direito ao esquecimento, que era possível obter antigamente, é praticamente impossível nos dias de hoje. Tudo isso faz parte da questão da privacidade dos cidadãos e é uma nova fase que estamos vivenciando com a sociedade, a qual será superada por meio do debate entre a população, a iniciativa privada e os governos.”