O objetivo é reunir agentes de Inteligência de todos os estados do Nordeste no combate ao crime organizado
O primeiro Centro Regional de Inteligência de Segurança Pública em funcionamento foi implementado no Ceará na última sexta-feira (7 de dezembro). A unidade de Inteligência é composta por agentes das polícias civis e militares dos nove estados, órgãos federais e outras instituições especializadas no combate às organizações criminosas, como o Ministério Público e o Poder Judiciário.
A solenidade contou com a presença do Ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann; dos governadores do Maranhão e do Piauí, Flávio Dino e Wellington Dias; do presidente do Congresso Nacional, senador Eunício Oliveira; do ministro do Superior Tribunal de Justiça, Raul Araújo Filho, além de secretários de segurança dos estados do Nordeste e outras autoridades.
O objetivo da política é reunir agentes de Inteligência de todos os estados do Nordeste no combate ao crime organizado e facilitar a troca de informações estratégicas e sensíveis na área da segurança pública. “Para implantação da política serão investidos R$ 15 milhões de reais para equipamentos, banco de dados, tecnologia, pessoal e acompanhamento dessas ações”, afirmou o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann. “A palavra chave dos centros é integrar, não apenas as operações, é integrar a inteligência, o que chamamos de repressão qualificada contra o crime”, complementou Jungmann.
O Governo do Ceará se responsabiliza pela estrutura do equipamento, enquanto que o Ministério da Segurança Pública, via Secretaria Nacional de Segurança Pública, paga o custeio de pessoal e soluções de tecnologia. Serão dezenas de bases de dados – em constante atualização e aprimoramento – à disposição dos profissionais para a realização de investigações que desencadearão as operações policiais. Um exemplo de capacitação dos profissionais que trabalharão no Centro é o curso iniciado na última quarta-feira (6) ministrado pelo FBI: “Executive Reporting Techniques and Strategies” (Curso de Técnicas e Estratégias de Relato Executivo), envolvendo cerca de 70 agentes de segurança pública em Fortaleza.
Colocamos à disposição do Governo Federal um equipamento com toda infraestrutura necessária para que possa ser assumida a coordenação da importante política nacional de inteligência em segurança pública, pois o crime ultrapassa a fronteira dos estados e é fundamental que os estados consigam trabalhar conjuntamente”, disse o governador do Ceará Camilo Santana. Já para o secretário da Segurança Pública e Defesa Social, André Costa, o Centro representa um marco na segurança pública não só no Nordeste mas no País. “Vamos trazer um novo rumo para a segurança do Ceará, do Nordeste e do País, integrando nossas inteligências, sistemas, bancos de dados. Será, sem dúvida, um grande avanço para a segurança pública do Brasil”.
Rede de Inteligência em Segurança Pública
A rede de Centros Integrados de Inteligência de Segurança Pública foi concebida para unificar a ação de combate ao crime organizado por regiões. Entre os objetivos estão a integração dos agentes de segurança pública para produção de conhecimentos estratégicos e o acesso integrado dos conteúdos das bases de dados das diversas instituições e órgãos que compõem a estrutura de segurança pública.
O Centro Integrado de Inteligência de Segurança Pública – Regional Nordeste (CIISPR-NE) é a segunda das cinco unidades regionais que serão implantadas no país e integradas a um centro nacional, em Brasília (DF), para o combate ao crime organizado. A do Sul, sediada no Paraná, foi lançada na última quarta-feira (5), contudo, ainda não opera.
Unanimidade
O CIISPR Nordeste é resultado de demanda encaminhada pelo Governo do Ceará, durante reunião dos governadores dos estados nordestinos ocorrida em março deste ano, em Teresina, Piauí. Na ocasião, o governador Camilo Santana sugeriu a criação do Centro no Nordeste e ofereceu o Estado para recebê-lo, devido ao ambiente de integração das instituições federais e estaduais que favoreceu o desenvolvimento de tecnologias voltadas à segurança pública para apoiar as ações policiais não só no Ceará como no País, com destaque para a implantação do Laboratório Integrado de Segurança Pública (Lisp) no Ceará, em parceria com a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a Universidade Federal do Ceará (UFC). Todos os estados que participaram do encontro foram unânimes em concordar com a capacidade do Ceará em receber a unidade de Inteligência.
Pelo Ceará, o efetivo será composto pela Coordenadoria de Inteligência (Coin) da Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social (SSPDS), Departamento de Inteligência Policial (DIP/PCCE), Coordenadoria de Inteligência Policial (CIP/PMCE), Assessoria de Inteligência do Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Ceará (Assint/BM), Coordenadoria de Inteligência da Secretaria de Justiça e Cidadania (Coint/Sejus) e outros setores de inteligência ligados a órgãos estaduais, como a Superintendência Estadual de Atendimento Socioeducativo (Seas) e a Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública e Sistema Penitenciário do Estado do Ceará (CGD).
Novas unidades prisionais
Durante a solenidade, o governador Camilo Santana assinou também um protocolo de compromisso para a construção de duas novas unidades prisionais no Estado com modelo de projeto padrão do Departamento Penitenciário Nacional.